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Grécia investiga queda de avião em que morreu testemunha do julgamento de Netanyahu

14/09/2021 12h01

A Grécia anunciou nesta terça-feira (14) que vai investigar o acidente de um avião particular na noite de segunda-feira (13) perto da ilha de Samos. Uma das vítimas é um cidadão israelense que deveria testemunhar no processo contra o ex-primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O monomotor, um Cessna C182, caiu depois de duas explosões perto do aeroporto da ilha grega de Samos. Dentro dele estava o casal Haim e Esther Giron, ambos de 69 anos.

"Um pescador local disse que houve uma forte explosão, seguida de outra menor", declarou Ioannis Kondylis, chefe do Escritório Nacional de Investigação sobre Catástrofes Aéreas e Segurança Aérea grega. "Os restos vão mostrar se este foi o caso", acrescentou Kondylis, destacando que os escombros do avião estão neste momento a 33 metros debaixo d'água, a dois quilômetros do aeroporto.

O ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a identidade das vítimas. Haim Giron, ex-diretor adjunto do Ministério da Comunicação israelense, deveria comparecer no julgamento contra Netanyahu, informou à agência AFP um porta-voz do escritório do Ministério Público de Israel.

A aviação civil grega apontou que o avião decolou em Haifa, Israel, em um voo particular, e desapareceu do radar pouco antes de seu pouso, previsto para ser realizado no aeroporto de Samos. Segundo a imprensa grega, os dois corpos estão atualmente na ilha.

Uma equipe de especialistas viajará na quarta-feira (15) para Samos com o objetivo de inspecionar os destroços do avião. Segundo Kondylis, a expectativa é que haja esclarecimentos sobre as causas do acidente em cerca de duas semanas.

Corrupção, fraude e abuso de confiança

Benjamin Netanyahu é acusado de ter "usado de forma ilegítima" o poder governamental para "pedir e obter vantagens injustificáveis de donos de veículos de comunicação em Israel para seu benefício pessoal", segundo a promotora citada em abril no julgamento. Ele está sendo julgado, desde maio de 2020, por corrupção, fraude e abuso de confiança por ter concedido favores a magnatas da imprensa em troca de uma cobertura midiática favorável.

O Ministério Público israelense indicou que Haim Giron iria testemunhar sobre questões regulatórias. No entanto, segundo a imprensa israelense, ex-diretor adjunto do Ministério da Comunicação não é uma testemunha chave e sua ausência não afetará a continuidade do processo. 

(Com informações da AFP