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Noruega: festa de empresa com vacinados contamina ao menos 60, com casos suspeitos de ômicron

03/12/2021 12h11

Pelo menos 17 pessoas que participaram de uma festa da empresa em Oslo, na Noruega, são casos suspeitos da variante ômicron da Covid-19. Mais da metade dos 100 participantes testaram positivo para o coronavírus e todos estavam vacinados, de acordo com a prefeitura da capital da Noruega.

Pelo menos 17 pessoas que participaram de uma festa da empresa em Oslo, na Noruega, são casos suspeitos da variante ômicron da Covid-19. Mais da metade dos 100 participantes testaram positivo para o coronavírus e todos estavam vacinados, de acordo com a prefeitura da capital da Noruega.

O balanço ainda é provisório e pode aumentar com o avanço dos testes de sequenciamento. "Até agora, 60 pessoas testaram positivo para a Covid-19 nos exames de PCR, e quatro com os antígenos. Dezessete provavelmente com ômicron, mas isto precisa ser confirmado. Há apenas um caso confirmado de ômicron após o sequenciamento", afirmaram as autoridades de Oslo, em um comunicado.

Entre 100 e 120 pessoas se reuniram na sexta-feira passada para uma festa de confraternização da empresa Scatec, que atua na produção de energia solar. Um dos participantes havia viajado recentemente para o sul da África."Todos estavam vacinados, ninguém apresentava sintomas e todos fizeram autoexame antes do encontro", afirmou Tine Ravlo, funcionária do departamento de saúde do município. "Tudo estava em ordem e nenhuma regra foi desrespeitada", disse.

Até o momento, nenhum dos participantes desenvolveu um quadro grave da doença, informou Ravlo. A maioria deles apresenta sintomas leves, como dor de cabeça, inflamação na garganta e tosse. As suspeitas de que os contágios foram causados pela variante ômicron começaram depois do sequenciamento de alguns testes, e o processo ainda não foi concluído.

Na quinta-feira, após a detecção do suposto foco de ômicron, o governo norueguês anunciou uma série de restrições em Oslo e nas áreas próximas à capital. "O que podemos observar é que ômicron se propaga rapidamente, apesar da vacinação. É mais uma informação terrível em meio à pandemia", explicou o epidemiologista francês, Antoine Flahault, à AFP.

"Festas devem ser proibidas"

Segundo ele, cerca de 88% da população adulta está vacinada na Noruega, o que pode indicar que a imunização atual não seja suficiente para impedir a progressão da nova variante, declarou. A cepa, detectada na África do Sul, pode se tornar majoritária na Europa nos próximos meses. A ômicron possui cerca de 50 mutações, sendo aproximadamente 30 na proteína Spike, que o coronavírus utiliza para entrar nas células. Algumas estão associadas a um aumento da contagiosidade e podem gerar uma queda na eficácia das vacinas.

O epidemiologista francês lembra que festas como a ocorrida em Oslo são eventos que tipicamente geram "superpropagação" e deveriam ser proibidos em períodos como o atual, de circulação acelerada do vírus. Em toda a Europa, 79 casos da variante foram confirmados até o momento, segundo o Centro de Prevenção e Controle das Doenças.

Variante ainda não causou mortes

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não tem informações sobre um caso fatal associado à ômicron, de acordo com Christian Lindmeier, porta-voz da organização em Genebra. "Como um número maior de países realiza testes para detectar a nova variante, nós teremos mais casos, informações, e, apesar de eu esperar que isso não aconteça, óbitos", disse.

A nova variante foi detectada na África do Sul em novembro e já há casos diagnosticados em mais de 30 países. A transmissão local já foi confirmada em países como os Estados Unidos e a Austrália, mas por enquanto a maior parte das contaminações ainda são provocadas pela delta.

De acordo com a OMS, serão necessárias semanas para que o impacto da ômicrom, incluindo sua sensibilidade às vacinas, seja avaliado. "Os dados preliminares indicam que ela é mais contagiosa, mas isso é tudo o que sabemos por ora", resumiu o porta-voz da organização.

(Com informações da AFP)