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Inflação na zona do euro atinge novo recorde em janeiro: 5,1%

02/02/2022 12h18

A inflação na zona do euro atingiu um novo recorde em janeiro, segundo dados oficiais apresentados nesta quarta-feira (2), aumentando a pressão sobre o Banco Central Europeu antes de uma reunião de política monetária nesta semana.

O índice atingiu 5,1% no mês passado, o maior desde que a agência oficial Eurostat começou a compilar os dados, em 1997.

O Banco Central Europeu, responsável pela política monetária do euro, tem uma meta de inflação de médio prazo de 2%.

O conselho do BCE se reúne na quinta-feira (3) e os observadores esperam que sejam mantidas suas taxas atuais, historicamente baixas, após a pandemia de coronavírus, apesar da pressão inflacionária. Qualquer endurecimento pode ameaçar a recuperação econômica e sobrecarregar empresas e governos endividados.

A chefe do BCE, Christine Lagarde, insistiu que a pressão inflacionária é "transitória" e deve diminuir ao longo do ano. Ela diz que a recuperação repentina das economias das restrições da Covid causou os aumentos acentuados dos preços da energia.

A inflação no bloco já havia atingido um recorde de 5% em dezembro.

Preços de energia disparam 

A energia foi responsável por 28,6% do aumento da inflação observado na zona do euro em janeiro, segundo o Eurostat. Esse peso cresceu desde dezembro, quando representou 25,9% do salto geral de preços.

Alimentação, álcool e tabaco responderam por 3,6%, também um aumento em relação ao mês anterior, enquanto os serviços aumentaram 2,4%.

 A inflação dos produtos industriais não energéticos subiu 2,3??% em janeiro, inferior aos 2,9% registados em dezembro.

A inflação está se tornando um ponto de crescente ansiedade na zona do euro, assim como em outras economias ao redor do mundo, que enfrentam restrições de oferta e demanda repentina por causa da energia, à medida em que as empresas tentam voltar a um modo pré-pandemia.

A UE é também confrontada a outras variáveis ??que pesam no seu mercado energético. A curto prazo, há tensões crescentes com a Rússia - seu principal fornecedor de gás natural - em relação à Ucrânia.

A longo prazo, há a transição do bloco para um futuro de carbono zero, que exigirá a mudança de fontes de combustíveis fósseis para fontes renováveis.