Putin incita golpe de Estado na Ucrânia e diz que prefere negociar com militares
O presidente russo, Vladimir Putin, incentivou as forças armadas ucranianas a tomarem o poder no país, governado, segundo ele, por um "bando de drogados e neonazistas." O chefe de Estado também disse que está disposto a enviar uma delegação para Minsk, capital de Belarus, para negociar com a Ucrânia. O anúncio foi feito pelo seu porta-voz, Dmitri Peskov, nesta sexta-feira (25).
"Tomem o poder. Para mim, será mais simples negociar com vocês", disse Putin à forças armadas ucranianas em uma declaração transmitida pela TV russa. Ele afirmou que suas tropas não combatem as forças ucranianas, mas "grupos nacionalistas que se comportam como terroristas, utlizando civis como "escudos humanos."
O porta-voz do presidente russo anunciou mais cedo que Putin estaria disposto a enviar uma delegação russa para Minsk para negociar com uma delegação ucraniana. Minsk, capital de Belarus, já foi a cidade que recebeu anteriormente negociações e acordos de paz entre os dois países.
Belarus também serviu como ponto de partida para tropas russas que entraram na Ucrânia na quinta-feira com destino a Kiev. Até agora, o governo russo se negou a dialogar com a Ucrânia, apesar dos apelos do presidente Volodymyr Zelenski antes do início da invasão russa.
Zelenski havia dito, horas antes da ofensiva começar, que tentou em vão falar com Putin. Nesta sexta-feira, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse que a Rússia estava disposta a negociar se a Ucrânia "entregar as armas".
Sanções
Os países da União Europeia (UE) chegaram, nesta sexta-feira (25), a um acordo para impor sanções ao presidente russo, Vladimir Putin, e a seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, em represália pela ofensiva russa.
A informação foi confirmada pelo ministro austríaco das Relações Exteriores Alexander Schallenberg. A chanceler alemã, Annalena Baerbock, reiterou que o bloco iria sancionar de forma "severa" Putin e Lavron na sua chegada para uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos 27 países da UE, nesta sexta-feira.
As sanções envolvem o congelamento das contas bancárias de Putin e Lavrov na União Europeia, mas não os impedirão de viajar para os países do bloco. O objetivo é não impedir eventuais negociações de paz ou cessar-fogo. Em uma mensagem lida no Parlamento francês, o presidente Emmanuel Macron também anunciou que as sanções envolverão personalidades russas, incluindo os mais altos dirigentes da Rússia.
A medida será adicionada ao pacote de sanções que os líderes europeus aprovaram na quinta-feira e que os chanceleres do bloco devem validar ainda hoje. As sanções se concentram nos setores de energia, finanças e transporte da Rússia e também estabelecem restrições à exportação de tecnologia e à concessão de vistos.
Paralelamente, a Polônia também anunciou o fechamento do espaço aéreo para as companhias russas, a partir desta sexta-feira.
China é "favorável" a solução diplomática
O presidente chinês, Xi Jinping, conversou nesta sexta-feira (25) com seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia. Ele se mostrou favorável a uma resolução do conflito de forma diplomática.
Durante a ligação com Putin, Xi disse que era importante "abandonar a mentalidade da Guerra Fria, dar importância e respeitar as preocupações de segurança razoáveis de todos os países e formar um mecanismo de segurança europeu equilibrado, eficaz e sustentável por meio de negociações".
Segundo a imprensa chinesa, Putin disse a Xi que tanto a Otan quanto os Estados Unidos "ignoraram por muito tempo as preocupações de segurança razoáveis da Rússia" e por isso decidiu invadir a Ucrânia.
Putin se comporta como nazista, diz porta-voz da UE
O presidente russo, Vladimir Putin, está se comportando na Ucrânia "como os nazistas" e está prestes a cometer um genocídio, acusou um porta-voz da Comissão Europeia, o eslovaco Peter Stano, nesta sexta-feira (25). Putin fala em "prevenção de um genocídio, o que não faz sentido, porque ele está cometendo um, ou está prestes a cometer um", criticou o porta-voz.
Putin justificou a ofensiva militar contra alvos na Ucrânia pela necessidade de eliminar elementos de "tendência" nazista no país vizinho. Segundo o presidente russo, estes grupos estariam cometendo um genocídio contra a população russófona.
Hoje, Stano disse que é difícil saber os verdadeiros objetivos de Putin e de sua ofensiva militar, mas que os efeitos reais são "desumanos".
(Com informações da AFP)
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