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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Apesar de ataques em Lviv, Brasil mantém equipe diplomática na cidade ucraniana

18.abr.2022 - Equipes de resgate fazem buscas em local atingido por ataque em Lviv, no oeste da Ucrânia - Reprodução/Facebook/kozytskyy.maksym.official
18.abr.2022 - Equipes de resgate fazem buscas em local atingido por ataque em Lviv, no oeste da Ucrânia Imagem: Reprodução/Facebook/kozytskyy.maksym.official

19/04/2022 16h27Atualizada em 19/04/2022 18h10

Lviv, no oeste da Ucrânia, foi atacada na segunda-feira (18) pelas forças russas, em uma ação que deixou pelo menos sete mortos. Apesar da degradação da situação na região, o governo brasileiro, que havia transferido suas equipes de Kiev para esta cidade situada perto da fronteira com a Polônia, decidiu se manter no local por enquanto.

Desde o início da ofensiva russa, em 24 de fevereiro, essa cidade vinha sendo poupada. A tal ponto que ela se tornou base para muitas ONGs humanitárias, que ajudam os refugiados que se preparam para deixar o país pela fronteira polonesa, a apenas 70 km de distância.

Muitos veículos de comunicação também enviaram suas equipes para Lviv no começo do conflito em razão de sua posição privilegiada, às portas da União Europeia e relativamente segura. Funcionários do corpo diplomático de vários países, entre eles o Brasil, que tiveram que deixar Kiev às pressas diante das ameaças de ataques, também foram transferidos para Lviv, que fica a mais de 400 km da capital.

Mas desde meados de março, a questão da permanência na cidade é cada vez mais presente. Em 18 de março Lviv foi alvo de um ataque contra um hangar de reparação de aviões perto do aeroporto, em uma ação que não provocou vítimas. Em 13 de março, mísseis de cruzeiro russos atingiram uma importante base militar a 40 quilômetros da cidade, matando 35 pessoas e deixando outras 134 feridas. Em 26 de março, Lviv sofreu mais uma série de ataques lançados por Moscou, incluindo dois que deixaram cinco feridos e atingiram um depósito de combustíveis.

Porém, o ataque desta segunda-feira foi bem mais próximo da população. Dos cinco mísseis lançados por Moscou, pelo menos um atingiu uma oficina mecânica em frente aos trilhos do trem na parte oeste da cidade. O impacto da deflagração explodiu os vidros de um hotel vizinho, que hospedava várias famílias deslocadas, na hora do café da manhã. "Tínhamos acabado de comer e estávamos voltando aos nossos quartos quando ouvimos a explosão", relata uma hóspede.

A explosão aconteceu a cerca de 5 km do local onde está hospedado o pessoal da representação diplomática brasileira no país. Contactado pela RFI Brasil, o Itamaraty informou que não pretende retirá-los da cidade, pelo menos por enquanto.

"No momento, o escritório em Lviv continua operacional. Na eventualidade de que a situação de segurança se deteriore na cidade, a equipe deverá ser deslocada para a Polônia", informou o ministério brasileiro das Relações Exteriores.

O Itamaraty confirmou que atualmente em Lviv, além do embaixador, entre dois e três servidores diplomáticos continuam trabalhando. Eles garantem o atendimento consular e outras funções que haviam sido transferidas da embaixada do Brasil em Kiev.

"O pessoal está alojado em um hotel no centro da cidade, onde funciona o escritório consular do Brasil", detalhou o ministério. "Nos casos de alerta antiaéreo, estes e outros residentes abrigam-se em local próximo e aguardam o fim do alerta, conforme recomendação das autoridades locais", explicou a nota.

Parte das atividades diplomáticas do Brasil na Ucrânia já havia sido transferida para a Moldávia e alguns funcionários também respondem às solicitações de informações a partir da Polônia.