Zelensky sai da Uncrânia pela primeira vez desde invasão russa e vai a Washington consolidar apoio
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não sai de seu país desde o início da invasão da Rússia em 24 de fevereiro, será recebido na Casa Branca nesta quarta-feira (21) por Joe Biden. Em seguida, ele irá ao Congresso dos Estados Unidos. A visita já é considerada histórica.
A ida de Zelensky a Washington soa como um desafio a Vladimir Putin. A viagem evidencia que os Estados Unidos apoiarão a Ucrânia "enquanto for necessário", declarou Karine Jean-Pierre, porta-voz do Executivo americano, num comunicado de imprensa formalizando o evento. A visita será acompanhada pelo anúncio de uma nova ajuda americana bilionária à Ucrânia, incluindo em particular um sistema antiaéreo Patriot.
Em um tuíte na manhã desta quarta-feira (21), o presidente ucraniano confirmou que estava "a caminho dos Estados Unidos para construir a resiliência e as capacidades de defesa" da Ucrânia, que se reunirá com o presidente americano e fará um discurso no Congresso.
Também nesta quarta-feira, que segundo os americanos marca os 300 dias desde o início da guerra, o presidente russo convocou uma grande reunião militar por vídeoconferência.Vladimir Putin quer tirar as conclusões das dificuldades encontradas por seu exército este ano e definir os objetivos para 2023. A reunião acontece no dia seguinte que o presidente russo admitiu uma situação "extremamente difícil" nas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia, cuja anexação Moscou reivindica,
Visita relâmpago
Este será o segundo encontro de Zelensky e Biden na Casa Branca. Em 1º de setembro de 2021, o presidente americano já havia recebido o líder ucranino no Salão Oval e prometido apoiá-lo contra a Rússia.
Nesta quarta-feira, o contexto histórico da reunião entre os dois homens será completamente diferente. É a primeira vez que eles se encontram desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. O conflito transformou Volodymyr Zelensky em um chefe de guerra conhecido em todo o mundo, e Joe Biden no líder da resposta ocidental à Rússia.
A viagem, com incríveis medidas de segurança, durará apenas "algumas horas". Depois do encontro na Casa Branca entre os dois presidentes e suas equipes, eles concederão uma coletiva à imprensa, detalhou um alto funcionário do Executivo americano.
Ajuda de US$ 45 bilhões
Em seguida, o presidente ucraniano fará um discurso para todo o Congresso, ou seja, para Câmara dos Deputados e para o Senado. Parlamentares norte-americanos se preparam para votar um novo pacote massivo de apoio à Ucrânia, de cerca de US$ 45 bilhões. No entanto, Congresso vai mudar parcialmente para o lado da oposição republicana em janeiro, o que levanta algumas questões sobre a futura política de ajuda à Ucrânia.
O alto responsável norte-americano indicou que a visita tinha sido mencionada a 11 de dezembro durante um telefonema entre os dois chefes de Estado, tendo sido confirmada no domingo.
Durante uma viagem ao front na terça-feira, na cidade de Bakhmout (leste), o presidente ucraniano de certa forma já falava da visita. Ao receber uma bandeira das mãos de combatentes, declarou: "Daremos ao Congresso dos Estados Unidos, ao presidente americano. Somos gratos por este apoio, mas não é suficiente."
Os Estados Unidos, de longe os maiores doadores de Kiev, já forneceram, segundo estimativas de especialistas, quase US$ 50 bilhões em ajuda ao país em guerra, incluindo US$ 20 bilhões em armas e assistência militar.
Putin se reúne com 15 mil militares
Enquanto isso, Vladimir Putin pretende fazer um balanço nesta quarta-feira com cerca de 15.000 militares, por videoconferência. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, prestará contas sobre "o progresso da operação militar especial".
Depois de uma série de reveses militares russos no nordeste e no sul da Ucrânia, a maior parte dos combates está atualmente concentrada no leste.
A Rússia tem bombardeado massivamente a infraestrutura ucraniana desde outubro, causando cortes de energia e água.
A entrega de um sistema de mísseis terra-ar Patriot se destina a responder a esses "ataques bárbaros", disse um funcionário da Casa Branca. No entanto, ele disse que o exército ucraniano terá de ser treinado para o manuseamento deste sofisticado equipamento de guerra, o que será feito "num terceiro país" e "vai demorar algum tempo".
(Com informações da AFP)
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