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Ellen Froner ganha bronze e Brasil conquista duas medalhas no Grand Slam de Paris

05/02/2023 16h01

O Brasil encerrou sua participação no Grand Slam de Judô de Paris neste domingo (5) com uma medalha de bronze conquistada por Ellen Froner (até 70 kg). No sábado, Daniel Cargnin conquistou a prata.

A última chance de medalha do país foi neste domingo com Ellen Fonner, a única atleta que chegou à disputa na fase final. Na disputa pelo bronze ela superou a grega Elisavet Teltsidou, derrotada por três punições.

Muito emocionada com a vitória, Ellen garantiu uma medalha para a equipe feminina, que competiu com 13 atletas no torneio parisiense.

"Essa medalha representa para mim acreditar, acreditar que eu poderia estar aqui e que estaria forte o suficiente para ganhar essa competição", disse a judoca.  

Depois da pandemia, que foi um período difícil pela falta de competições, Ellen teve uma lesão no joelho que a deixou nove meses afastada do tatame.

"Quando vim para cá, não estava focando em medalhas ou em vitórias, mas em mostrar para mim mesma que estava forte e deu certo", afirmou. "A lesão foi uma lição para mim, me mostrou que eu sou forte, que estou no caminho e consigo", disse, lembrando que durante a luta levou um golpe e conseguiu reverter o resultado a seu favor.

Ellen confessou que durante a entrega da medalha no pódio teve que controlar o choro. "Eu estava entre chorar e sorrir porque foi uma mistura de emoção muito grande. Uma conquista em um Grand Slam não é fácil", acrescentou, antes de se emocionar e ir às lágrimas durante a entrevista, ao dedicar a conquista aos familiares e amigos que a acompanharam nos momentos difíceis.

Medalha no masculino

A primeira medalha da seleção brasileira foi conquistada por Daniel Cargnin no sábado (4). O gaúcho faturou a prata depois da derrota na final para um georgiano. Apesar da decepção com a derrota na final, Daniel confirma estar entre os grandes nomes da geração atual.

A delegação composta por 26 atletas, sendo 13 no feminino e o mesmo número no masculino, foi uma das maiores já enviadas pela Confederação Brasileira de Judô ao Grand Slam de Paris, considerado um dos mais fortes e importantes do circuito.

"Essa competição talvez seja a mais tradicional do calendário mundial. É uma competição marcante porque por ser no início do ano, ela faz com que as seleções comecem praticamente do marco zero a fazer toda sua preparação", explica o coordenador técnico da delegação, Antonio Carlos Pereira, lembrando que o próximo Mundial, no Catar, acontece em pouco mais de três meses.

"Depois da conquista de quatro medalhas no ano passado, não conquistamos nenhuma medalha, para ver o quão difícil é a competição aqui, mas é um marco inicial de um trabalho. Claro que a gente fica feliz com uma medalha neste evento, mas a 'não medalha' também pode ser positivo. O importante é o processo, e esse processo tem que resultar daqui cem dias na conquista de medalhas", afirma.

Andrea Berti, técnica da equipe feminina da CBJ, fez uma avaliação positiva da participação da delegação no Grand Slam de Paris

"A equipe veio preparada, com uma equipe mista, com muitos atletas que estavam fora do cenário. Estamos em um processo e acreditamos nele", afirmou a treinadora.

Andrea destacou a importância da participação no Grand Prix de Portugal e um treinamento de campo antes da vinda da delegação a Paris. "Nossa avaliação é que todos os atletas se apresentaram melhor aqui do que no Grand Prix. A gente vai trabalhar para construir as nossas medalhas. É um grupo homogêneo e queremos que fique homogêneo dando as mesmas oportunidades para todos", destacou.

A seleção brasileira participará durante duas semanas de um treinamento de campo internacional na França com vistas à preparação e definição de atletas que participarão do Grand Slam de Tel Aviv.