Ucrânia derruba mísseis russos e Moscou amplia lista de vetos a europeus
A Força Aérea da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (23) que derrubou 13 mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia em um ataque noturno contra uma base militar no oeste do país. Kiev pede a cidadãos que não entrem em pânico com ameaça russa de sabotabem na usina de Zaporizhzhia. Já Moscou aumenta lista de europeus com entrada vetada na Rússia.
"Os 13 mísseis de cruzeiro dos ocupantes foram destruídos", afirmou a Força Aérea ucraniana no Telegram.
"O inimigo atacou a Ucrânia com aviões estratégicos. Desta vez o ataque estava direcionado contra uma base aérea militar na região de Khmelnitsky" (oeste), acrescenta a nota.
"Os lançamentos (de mísseis) aconteceram por volta da meia-noite a partir do Mar Cáspio", informou a Força Aérea.
O prefeito de Khmelnitsky, Oleksandr Simchishin, relatou explosões na cidade - que tinha 275.000 habitantes antes da guerra -, e elogiou os sistemas de defesa antiaérea ucranianos.
Autoridades militares da Ucrânia também afirmaram que suas forças derrubaram um drone de reconhecimento russo durante a noite e relataram alguns avanços no sul.
A Rússia executou vários ataques aéreos com mísseis e drones durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), o que levou a Ucrânia a solicitar aos aliados ocidentais mais ajuda para reforçar os sistemas de defesa aérea.
O ministério russo da Defesa informou em um comunicado que suas forças apontaram contra depósitos de armas ucranianos com ataques de precisão e longo alcance, que "todos os alvos designados foram atingidos".
Kiev pede calma a cidadãos
A Ucrânia pediu a seus cidadãos que não entrem em pânico ou acumulem comprimidos de iodo depois que o presidente Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de preparar um "ataque terrorista" envolvendo um vazamento radioativo na usina de Zaporíjia, ocupada pelas forças de Moscou.
"Leia e compartilhe, mas não entre em pânico! Não faça o jogo do inimigo. O presidente Zelensky não disse nada de novo. A Rússia é um país terrorista do qual (...) tudo pode ser esperado", disse o Ministério da Saúde ucraniano.
Zelensky disse esta semana que as forças russas que controlam Zaporijía, a maior usina nuclear da Europa, estavam planejando um "ataque terrorista" orquestrando um vazamento de radiação.
O Kremlin chamou isso de "mentira", mas o alerta do presidente deixou muitos ucranianos preocupados e aumentou a demanda por iodo nas farmácias.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde alertou que "a ingestão descontrolada de iodeto de potássio é perigosa".
Os temores sobre a segurança da usina nuclear, que começaram com a ofensiva de Moscou na Ucrânia, foram exacerbados pela destruição de uma represa que fornecia água para resfriar os reatores.
A usina de Zaporijía caiu nas mãos do exército russo em 4 de março de 2022 e foi cortada da rede de energia elétrica diversas vezes. De acordo com Kiev, a Rússia posicionou tropas e armas dentro do complexo.
Retaliação contra europeus
Por sua vez, a Rússia anunciou hoje (23), que "ampliou consideravelmente" a lista de funcionários da União Europeia (UE) impedidos de entrar em seu território, em reação às novas sanções de Bruxelas contra Moscou relacionadas com o conflito na Ucrânia.
"Consideramos que essas medidas da UE são ilegítimas (...) Em resposta às iniciativas hostis, a parte russa ampliou significativamente a lista de representantes de instituições europeias e Estados-membros da UE" que estão proibidos de ingressar em solo russo, informou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado, sem especificar o número de pessoas afetadas.
Trata-se, em particular, de membros dos serviços de segurança, ou instituições políticas, ou comerciais europeias, assim como parlamentares europeus que "promovem uma agenda [hostil] em relação à Rússia", completou a Chancelaria.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, Moscou proibiu a entrada no país de centenas de líderes, funcionários, industriais, jornalistas e outros ocidentais considerados hostis.
O anúncio desta sexta-feira é uma resposta a um novo pacote de sanções divulgado por Bruxelas, o 11º desde o início do conflito, cujo objetivo é, desta vez, evitar que as sanções já em vigor sejam burladas.
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