Israel anuncia descoberta de corpos de 15 civis na Faixa de Gaza; Alemanha pede proteção à população
O gabinete do primeiro-ministro israelense anunciou nesta segunda-feira (4) que os corpos de 15 israelenses, entre eles 11 civis e quatro soldados, foram descobertos na Faixa de Gaza. Eles morreram no ataque do dia 7 de outubro, que deixou 1.200 vítimas, a maioria civis, na divisa de Israel com o norte da Faixa de Gaza.
A morte de alguns dos 11 civis da lista divulgada na segunda-feira já tinham sido divulgadas em Israel ou Gaza. As autoridades israelenses não revelaram em que circunstâncias os civis morreram. No ataque de 7 de outubro, o Hamas também sequestrou cerca de 240 pessoas, israelenses e estrangeiras, levadas para a Faixa de Gaza.
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Durante a trégua de sete dias entre Israel e o Hamas, destinada a permitir a troca de reféns israelenses e palestinos detidos em prisões de Israel, 105 reféns foram soltos, entre 24 de novembro e 1º de dezembro. Entre eles, incluindo 80 reféns israelenses ou de dupla nacionalidade. Outras cinco pessoas também já haviam sido liberadas.
Depois que a trégua expirou e a guerra foi retomada, 137 reféns, incluindo 20 mulheres e duas crianças, ainda estão detidos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades israelenses. Israel chama de reféns não apenas aqueles que estão vivos, mas também aqueles cujos corpos não foram devolvidos.
Três corpos de reféns que não constam na lista, uma soldado e dois civis, foram recuperados pelos militares e repatriados para Israel. Em retaliação ao ataque de 7 de outubro, Israel lançou uma campanha de bombardeios em Gaza, seguida de uma operação terrestre. As operações israelenses já resultaram em mais de 15.500 mortes, a maioria civis.
Alemanha pede proteção para civis
O governo alemão pediu nesta segunda-feira aos militares israelenses que garantam que centenas de milhares de civis na Faixa de Gaza sejam protegidos contra os combates que se intensificam em todo o território.
"Esperamos que Israel não apenas peça aos civis que deixem a zona de perigo, mas também que proponham abrigo seguro em outro local", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Sebastian Fischer.
"Os combates agora se espalharam por toda a Faixa de Gaza, incluindo onde as pessoas buscaram refúgio a pedido de Israel - então o problema humanitário provavelmente se agravará", disse Fischer.
"É, portanto, particularmente importante para nós que a ação de Israel leve em conta essa situação e evite o sofrimento civil. Também é igualmente importante que Israel respeite o Direito Internacional Humanitário", acrescentou.
A Alemanha garantiu a Israel seu apoio desde o início de sua guerra contra o Hamas, reafirmando o direito do país de se defender após o ataque lançado pelo movimento islâmico palestino em Israel.
Cruz Vermelha denuncia sofrimento
A presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, anunciou nesta segunda-feira na rede social X (antigo Twitter) que chegou à Faixa de Gaza, denunciando o sofrimento "intolerável" da população.
"Cheguei a Gaza, onde o sofrimento da população é intolerável. Reitero o nosso apelo urgente para que os civis sejam protegidos de acordo com as leis da guerra e para que a ajuda entre sem entraves. Os reféns devem ser libertados e o CICV autorizado a visitá-los com segurança", escreveu.