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Trump ameaça não proteger países da Otan contra a Rússia se for eleito

10.fev.2024 - Donald Trump em comício de campanha na Carolina do Sul Imagem: Julia Nikhinson/AFP

11/02/2024 05h26

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou não proteger mais a Otan contra a Rússia, se for vitorioso nas eleições presidenciais americanas de novembro. Em um comício de campanha neste sábado (10) na Carolina do Sul, o republicano também prometeu retomar expulsões em massa de migrantes nas fronteiras do país, já "no primeiro dia" de governo.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou não proteger mais a Otan contra a Rússia, se for vitorioso nas eleições presidenciais americanas de novembro. Em um comício de campanha ontem (10) na Carolina do Sul, o republicano também prometeu retomar expulsões em massa de migrantes nas fronteiras do país, já "no primeiro dia" de governo.

Há anos o magnata critica os seus aliados na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por não financiarem a instituição o suficiente. A ampla maioria dos aportes financeiros ao organismo, cerca de 70%, cabe aos Estados Unidos, num contexto em que poucos países-membros respeitam a cota de doações de pelo menos 2% do seu PIB.

Durante o evento em Conway, na Carolina do Sul, Trump relatou ter tido uma conversa com um dos líderes da organização, mas não disse qual. "Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, o senhor irá nos proteger? Não, eu iria não protegê-lo. Na verdade, eu os diria a fazer o que quiserem com você. Você deve pagar suas dívidas", contou.

A declaração ocorre enquanto Trump, provável candidato contra o presidente democrata Joe Biden nas eleições de novembro, pressiona os parlamentares republicanos a enterrarem um projeto de lei que prevê o pagamento de uma nova ajuda financeira e militar à Ucrânia.

Ajuda à Ucrânia bloqueada no Congresso

A Casa Branca respondeu aos comentários elogiando os esforços de Biden para fortalecer alianças em todo o mundo. "Encorajar a invasão dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é terrível e sem sentido", respondeu Andrew Bates, porta-voz da Casa Branca, em um comunicado divulgado no sábado à noite.

"Em vez de apelar à guerra e promover o caos, o presidente Biden continuará a apoiar a liderança americana", acrescentou Bates.

O acordo bloqueado no Congresso previa ajuda adicional à Ucrânia e a Israel. O valor de US$ 95 bilhões será debatido na próxima semana e inclui, ainda, fundos para um aliado estratégico na Ásia, Taiwan.

A maior parte, no entanto, ajudaria a Ucrânia a reabastecer os seus estoques de munições, armas e outras necessidades essenciais, à medida que o país entra no terceiro ano de guerra. Donald Trump tem questionado com frequência a continuidade da ajuda americana à Ucrânia e até ameaçou deixar a Otan se voltar governar o país.

'Maior operação de expulsão da história'

O pré-candidato também abordou mais uma vez a questão polêmica da imigração, outro tema importante na campanha eleitoral. Sob a pressão dele, os congressistas republicanos parecem ter decidido bloquear qualquer reforma da política de imigração antes das eleições presidenciais.

"Não esqueçamos que esta semana também conquistamos uma grande vitória que todos os conservadores deveriam comemorar. Esmagamos o projeto desastroso deste vigarista Joe Biden sobre fronteiras abertas", lançou o bilionário. "Todo o grupo fez um ótimo trabalho no Congresso. Nós enterramos tudo."

O ex-presidente garantiu que a expulsão dos migrantes seria uma das suas prioridades caso retornasse à Casa Branca. "No primeiro dia, acabarei com todas as políticas de fronteiras abertas da administração Biden e lançaremos a maior operação de deportação doméstica da história dos EUA. Não temos escolha", disse ele.

Durante o comício ele também criticou Nikky Haley, ex-governadora do estado da Carolina do Sul e sua rival na indicação republicana, salientando a ausência do marido dela durante a campanha. "Onde está o marido dela? Ah, ele se foi, ele se foi. O que aconteceu com o marido dela?", perguntou, com efeitos de voz.

Atrás na corrida pela nomeação, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU respondeu duramente no X, explicando que seu marido, Michael Haley, está envolvido durante um ano em uma missão militar no Djibouti. "Ele está servindo o nosso país, algo sobre o qual você nada sabe. Alguém que desrespeita continuamente os sacrifícios das famílias dos militares não tem nada a ver com o cargo de comandante-em-chefe", disse ela.

Com informações da AFP

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