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Partido de extrema direita Chega diz que bipartidarismo acabou em Portugal

Apoiador do partido de extrema direita Chega em Portugal Imagem: Violeta Santos Moura - 8.mar.24/Reuters

RFI

10/03/2024 18h33

Os primeiros resultados das eleições legislativas antecipadas de Portugal começam a cair, mas os representantes do Chega, liderados pela figura carismática e do ex-comentarista esportivo André Ventura, um dos fundadores do partido de extrema direita, proclamam em rede de televisão nacional o "fim do bipartidarismo" em Portugal [numa menção entre o Partido Socialista - PS, de esquerda, e o Partido Social Democrática - PSD, líder da direita] e a ascensão da "nova direita" representada pelo Chega.

André Ventura chegou a dizer a jornalistas em Lisboa que desejava começar a trabalhar com Luís Montenegro (PSD) ainda nesta noite de domingo (10), mas a Constituição portuguesa prevê um período legal de 20 dias para a formação de um novo governo, quando o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, devera convidar o vencedor destas legislativas para formar um novo governo; Ventura, líder do Chega, celebrou uma "noite histórica" para o partido, criado em 2019.

"Os portugueses se manifestaram e disseram que querem um governo de dois partidos: da [coligação de direita, comandada pelo PSD) AD e do Chega", afirmou Ventura, que considera "irresponsável" não aproveitar a "maioria" dada aos dois partidos de direita. O PSD de Ventura, no entanto, afirmou publicamente durante os quatro meses de campanha política em Portugal que não governaria em nenhuma hipótese numa coligação com a extrema direita, num compromisso com seus eleitores.

No entanto, a direita portuguesa se encontra num impasse, uma vez que as projeções apontam para o fracasso de uma maioria absoluta neste pleito, o que significa que a coligação de direita não deve conseguir as 116 cadeiras necessárias no Parlamento para formar um novo governo.

Abstenção

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI), até às 16:00 haviam votado cerca de 51,96% dos eleitores, uma porcentagem superior à das últimas legislativas, realizadas em 30 de janeiro de 2022, quando a afluência média às urnas à mesma hora era estimada em 45,66%.

Também a afluência às urnas dos eleitores portugueses às 16h deste domingo (10) já era superior ao total de votantes em 2022, que foi de 51,42%.

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