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Votação nas férias faz França ter de criar um 'Tinder das eleições'

12.jun.2024 - O presidente da França, Emmanuel Macron, durante coletiva Imagem: Stephane Mahe/Reuters

19/06/2024 10h15Atualizada em 19/06/2024 11h54

Como a campanha eleitoral é particularmente curta, os eleitores franceses precisam se organizar rapidamente. Para aqueles que já estão de férias, ainda há tempo para solicitar uma procuração. Desde 10 de junho, mais de 400.000 procurações foram emitidas, seis vezes e meia mais do que nas últimas eleições legislativas, em 2022. Para atender a demanda, um site de "relacionamento democrático" foi criado, com o objetivo de "dar match" entre eleitores e possíveis procuradores durante as férias.

Nos últimos dois anos, o procedimento de emitir procurações para votar nas eleições legislativas antecipadas tem sido muito mais fácil de ser realizado online. Dada a importância do pleito, mais de 60.000 procurações foram validadas no dia seguinte ao anúncio da dissolução da Assembleia Nacional, em 9 de junho.

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Para os eleitores franceses cuja carteira de identidade ainda está no formato antigo, é imperativo que o documento seja verificado em uma delegacia de polícia, em um tribunal ou no consulado, para cidadãos franceses que vivem no exterior.

Mas a delegada Laura Abrahami adverte: "é melhor não demorar". "Você pode solicitar sua procuração até o último minuto, embora, mais uma vez, prefiramos os prazos mais curtos possíveis", sublinha.

Um "site de relacionamento democrático"

Mas eleições inesperadas também significam, às vezes, dificuldades em encontrar um procurador de confiança que aceite se deslocar até a sua zona eleitoral e votar em seu lugar, especialmente quando você já está de férias

Um problema identificado pela ONG A Voté, co-presidida por Clémence Pène. Para as eleições legislativas antecipadas, a associação está relançando sua plataforma "Plan Procu" [jogo de palavras bem-humorado com a expressão "Plan Cul", que significa em francês, no linguajar dos aplicativos de paquera, um encontro sexual fortuito] .

"Posso me registrar como solicitante, ou seja, a pessoa que precisa que votemos por ela, ou como procurador, onde me ofereço para ir votar por outra pessoa. A plataforma faz a correspondência entre você e a pessoa registrada mais próxima de você. É um site de encontros democráticos, e a ideia é chegar a um acordo, transmitir uma intenção de voto e verificar se compartilhamos os mesmos valores", explica ela. "O importante é dar match", sublinha.

E desde 9 de junho, houve muitas solicitações. "Em três dias, tivemos mais 'matches' e voluntários do que em um mês para as eleições europeias", acrescenta Clémence Pène.

A plataforma pode ser acessada de qualquer lugar da França e até mesmo do exterior. Essa é mais uma forma de incentivar as pessoas a votarem em 30 de junho, uma vez que a taxa de abstenção foi de quase 50% nas últimas eleições europeias.

Corrida à delegacia para votar

Na delegacia de polícia de Issy-les-Moulineaux, a sudoeste de Paris, os eleitores chegam em grupos ao balcão de solicitações. O objetivo da visita? Garantir que eles possam votar nas próximas eleições legislativas, em 30 de junho e 7 de julho. As solicitações de procurações foram feitas com um pouco de pressa, pois essa eleição não estava no programa.

"Vou trabalhar nos dois domingos das eleições legislativas, por isso estou solicitando uma procuração para votar de qualquer maneira", diz Julie. Assim como Julie, uma educadora infantil, Morgane não poderá ir às urnas. Mas para essa mulher de aproximadamente quarenta anos, perder a votação está fora de questão. "O dia 30 não será um problema, mas o dia 7 é o feriado escolar. Eu não poderei estar presente para votar, mas meu marido sim, então resolvemos isso entre nós, não é tão complicado", explica ela, com relação à procuração.

Para economizar tempo, desde a última eleição presidencial é possível solicitar uma procuração online por meio da plataforma Ma procuration.gouv.

"Ao fazer a solicitação online, você precisará especificar o seu sobrenome, nome, data de nascimento e o seu número eleitoral, que pode ser encontrado no seu título de eleitor", explica a delegada Laura Abrahami.

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