Com participação em alta, residentes franceses no exterior começam a votar nas eleições legislativas

Os franceses residentes nas Américas e em alguns territórios nacionais ultramarinos começaram a votar presencialmente neste sábado (29), no primeiro turno das eleições legislativas, que acontecerão no domingo na França. Os franceses no exterior que não puderam votar por meio do voto eletrônico - encerrado na quinta-feira - poderão fazê-lo neste sábado pessoalmente.

As seções eleitorais foram abertas em São Pedro e Miquelon, arquipélago francês situado no Atlântico Norte, perto do Canadá, nas Antilhas Francesas, na Guiana Francesa e na Polinésia Francesa. Pesquisadores e políticos esperam uma participação muito maior do que nas eleições legislativas de 2022, nas quais 47,51% dos eleitores compareceram às urnas.

A votação eletrônica disponível para residentes franceses no exterior atingiu um número recorde de 410 mil votos, em comparação com 250 mil em 2022.

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Milhões de votos por procuração 

Como a época é de início de férias de verão e muita gente tinha viagens programadas, mais de 2,4 milhões de franceses registraram procurações para algum conhecido votar por eles, um número recorde. Em cidades pequenas, os mesários estão acrescentando à mão, na lista de votantes, as procurações endereçadas de última hora pelo Ministério do Interior.

Essa mobilização reflete em parte as consequências potencialmente históricas destas eleições, que pela primeira vez desde 1997 não coincidirão com as presidenciais.

O presidente francês, Emmanuel Macron, surpreendeu ao antecipar as eleições legislativas, marcadas inicialmente para 2027, após a vitória da extrema direita nas eleições europeias de 9 de junho.

Partidos e candidatos tiveram apenas 15 dias para redigir seus programas, distribuir os candidatos pelas circunscrições eleitorais, em função das alianças, e fazer campanha nas ruas. Já se sabe que as mulheres serão prejudicadas por esse processo acelerado: dos 4.009 candidatos inscritos, apenas 41,1% são mulheres.

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Imigração e poder aquisitivo no centro da campanha

Nesta semana, dois debates na TV reuniram os principais líderes partidários: o representante de extrema direita, Jordan Bardella, de 28 anos, recém-eleito no Parlamento Europeu, o primeiro-ministro Gabriel Attal, que concorre a uma vaga de deputado na região parisiense pelo bloco de centro-direita, e dois candidatos da Nova Frente Popular de Esquerda que se alternaram no estúdio - Manuel Bompard, da sigla de esquerda radical França Insubmissa, e o socialista Olivier Faure.

Os principais temas da campanha foram imigração, direito de estrangeiros, poder aquisitivo, dívida pública e a eventual revogação da reforma das aposentadorias que aumentou a idade mínima para 64 anos. 

O plenário da Assembleia Nacional francesa é composto por 577 deputados, eleitos para um mandato de cinco anos. Uma parte dos candidatos deve ser eleita no primeiro turno - aqueles que alcançarem mais de 50% de votos. Mas o Ipsos (multinacional de pesquisa e consultoria de mercado com sede em Paris) prevê cerca de 250 disputas triangulares, ou seja, envolvendo três deputados para uma vaga. O segundo turno está marcado para 7 de julho.

(Com RFI e AFP)

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