Alemanha divulga pacote para melhorar PIB e inclui incentivo a trabalhadores estrangeiros

O governo alemão, sob o comando do chanceler Olaf Scholz, apresentou nesta sexta-feira (5) um plano de apoio ao crescimento econômico que deverá impulsionar em 0,5% a alta do produto interno bruto (PIB) em 2025. A maior economia europeia está com dificuldades de avançar, na comparação com outros países desenvolvidos.

O plano de quase 50 medidas para famílias e empresas permitirá aumentar em "quase € 26 bilhões" a produção econômica alemã, disse o ministro da Economia Verde, Robert Habeck, em uma coletiva de imprensa. O pacote inclui reduções na burocracia pedidas pelas empresas e os cidadãos, benefícios fiscais para os aposentados que combinam a pensão com o trabalho e horas extras, e melhores opções de amortização de crédito para as empresas.

Os desempregados de longa duração que recebem uma renda mínima ("Bürgergeld") serão incentivados a voltar ao trabalho. A receptividade de trabalhadores estrangeiros qualificados será facilitada e acompanhada de redução do imposto de renda nos primeiros três anos de vida no país.

Este ano, a Alemanha deverá registar um crescimento modesto de 0,3%, o que coloca o país entre os com pior desempenho entre as nações industrializadas e impõe o desafio da melhora da sua competitividade no cenário global.

Frota de veículos elétricos

A coligação no poder, que reúne os sociais-democratas, de Olaf Scholz (SPD), os ecologistas e os liberais, do FDP, desenvolveu o conjunto de medidas destinadas a estimular a atividade econômica, ao mesmo tempo em que encontrou um difícil acordo sobre os pontos-chave do orçamento federal de 2025.

Berlim quer permitir que as empresas quitem mais facilmente a sua frota de veículos elétricos, cujas vendas despencaram desde o fim repentino de um bônus para a compra, no final do ano passado. Os preços da energia devem voltar ao nível anterior à guerra na Ucrânia, através da redução dos impostos sobre as redes de distribuição e de uma conversão forçada para as energias renováveis.

A Alemanha previu um crescimento de 1% em 2025 e, com este pacote, espera que o índice possa chegar a 1,5% do PIB no próximo ano, e uma alta total de 1,6% ao longo de quatro anos - à condição que o plano de recuperação seja rapidamente adotado pelo Parlamento.

Empresas demonstram otimismo moderado

As reações dos círculos econômicos a estes anúncios foram variadas. "A apresentação deste pacote de medidas no início das férias de verão não sugere uma implementação rápida", preocupou-se a organização patronal BDA, após o anúncio.

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"Este orçamento proporciona um impulso moderado ao crescimento econômico e aos investimentos. Contém algumas reduções há muito exigidas pela indústria", avalia a poderosa federação industrial BDI. "No final, no entanto, é muito pouco para fortalecer de forma sustentável as forças de crescimento", considerou.

Para o instituto econômico IfW Kiel, "os impulsos reais deste 'pacote de crescimento' deverão permanecer fracos" porque "as declarações de intenções relativas à redução da burocracia e à promoção de investimentos são positivas, mas a questão do trabalho de implementação permanece sem resposta por enquanto".

A coligação decidiu também reduzir parte da lei em vigor desde 2023 que impõe "o dever de vigilância" às empresas e prevê multas para aqueles cujos fornecedores ou subsidiárias violem os direitos humanos no exterior. A norma é criticada pelos empregadores, que o consideram um fardo burocrático e uma desvantagem competitiva em relação aos concorrentes estrangeiros.

A flexibilização, decidida sob pressão dos liberais, isentará dois terços das empresas que deveriam estar sujeitas à regra das novas obrigações, explicou o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner (FDP).

(Com AFP)

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