Taiwan rebate Associação Internacional de Boxe após lutadoras terem gênero feminino contestado
O comitê olímpico de Taiwan ameaça fazer uma queixa oficial contra a Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês), após a polêmica envolvendo a participação da boxeadora Lin Yu-ting nos Jogos Olímpicos de Paris. Como a argelina Imane Khelif, a atleta taiwanesa teve seu gênero feminino contestado pela entidade.
Na segunda-feira (5), a Associação Internacional de Boxe afirmou, em uma caótica coletiva de imprensa, que exames realizados na argelina e na taiwanesa provam que "elas são homens". A IBA já havia desclassificado Imane Khelif e Lin Yu-ting do Mundial de Boxe de 2023 depois que as lutadoras foram reprovadas nos exames de elegibilidade de gênero, sem especificar quais eram esses testes.
Em resposta, "o Comitê Olímpico de Taiwan nomeou um advogado para enviar uma carta de alerta ao IBA. A entidade reserva o direito de recorrer e apresentar uma queixa se necessário", declarou o comitê nesta terça-feira (6). A organização, que depende do ministério taiwanês da Educação, acusa o IBA de "publicar informações falsas" e "ocultar os fatos".
O boxe em Paris-2024 é organizado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) devido a problemas de governança, financeiros e éticos da IBA. O COI autorizou a participação das duas boxeadoras em Paris-2024. Tanto Khelif quanto Lin garantiram medalhas, já que avançaram às semifinais em suas respectivas categorias.
O Comitê Olímpico e Esportivo da Argélia também saiu em defesa de Khelif. "Nossa campeã, Imane Khelif, permanece intacta e não se incomoda com as afirmações infundadas da IBA", disse a entidade. O comitê acrescentou que "a Argélia não é membro da IBA". "Não reconhecemos a IBA como uma instituição legítima e ela não tem ligação com os Jogos Olímpicos".
COI defende atletas
O COI, que expulsou a IBA do movimento olímpico e com o qual está abertamente em conflito, acusou a entidade de tomar "uma decisão arbitrária" ao desclassificar as duas boxeadoras do Mundial de 2023.
"Estamos falando de boxe feminino. Temos duas boxeadoras que nasceram mulheres, foram criadas como mulheres, são designadas como mulheres em seus passaportes e lutaram durante anos como mulheres. Isso é uma definição clara de uma mulher", declarou o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.
(Com agências)
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