Dupla brasileira termina em sétimo lugar da maratona de marcha atlética em Paris

A prova é uma novidade dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O público se reuniu na manhã desta quarta-feira (7) diante da Torre Eiffel para ver o revezamento misto da marcha atlética. Na modalidade, um homem e uma mulher se intercalam para completar a distância de uma maratona, ou seja, 42,195km. A categoria veio para substituir a disputa individual dos 50km de marcha atlética. A dupla brasileira Caio Bonfim e Viviane Lyra chegou na sétima colocação.

Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris

Ao todo, 25 equipes, formadas por dois atletas, disputaram o percurso da maratona em quatro etapas de aproximadamente 10km cada. Os homens começaram a prova e se alternaram com as mulheres. O trajeto é o mesmo usado nas corridas individuais. O desafio consiste em marchar o mais rápido possível, conservando em permanência um pé em contato com o chão. 

Pelo Brasil, o medalhista olímpico de prata Caio Bonfim fez uma boa largada, no primeiro pelotão. A dupla brasileira teve duas advertências ao longo da prova e não conseguiu se manter entre os primeiros colocados. Eles completaram a prova com tempo de 2h 54min 08 segundos, exatos 3min e 37 segundos atrás dos vencedores Alvaro Martin e Maria Perez, da Espanha. A prata foi para o Equador com Brian Daniel Pintado e Glenda Morejon, que finalizaram com tempo de 2h51min 22s.  A dupla australiana Rhydian Cowley e Jemima Montag, ficaram com o bronze, em 2h51min e 38 segundos.

Os brasileiros haviam se classificado para esta modalidade da Olimpíada no Mundial de Marcha Atlética por Equipes em Antalya, na Turquia, em abril, quando ficaram em quinto lugar, com tempo de 2h59min55. 

Recorde

"Este é um momento único para o nosso país, entregamos o nosso melhor, batemos o nosso recorde", comemorou Caio após a prova. "Nós perdemos para os grandes, não tem demérito nenhum nisso e saímos muito orgulhosos", avaliou o atleta, explicando que as advertências "são normais" nesse tipo de competição. "Esta prova é muito difícil porque divide a responsabilidade", completa.  

Viviane Lyra afirmou que a dupla vem se aperfeiçoando nesta modalidade. "Por ser uma prova nova, a gente tem que entender como ela funciona e a cada vez a gente vem batendo o nosso recorde", diz. "Eu estou muito orgulhosa de estar aqui representando o Brasil na minha primeira Olimpíada e vamos continuar trabalhando para o nosso próximo ciclo", diz.

Viviane agradeceu o apoio que recebeu da equipe ao longo do percurso. "Toda a equipe da fisioterapia, da massoterapia, pois é muito importante esse momento da recuperação entre cada etapa", disse.

Continua após a publicidade

Brasil foi prata no individual masculino 

A marcha atlética já deu uma prata ao Brasil em Paris. No dia 1?º de agosto, Caio Bonfim, 33 anos ficou em segundo lugar na competição de 20 km, também disputada em frente à Torre Eiffel.

Durante toda a marcha, ele esteve entre os cinco primeiros, e finalizou o percurso apenas 14 segundos atrás do equatoriano Brian Daniel Pintado. Ele terminou com o tempo de 1h, 19minutos e 09 segundos. Foi a primeira medalha do país em Olimpíadas na modalidade, um feito histórico para o atletismo nacional.  

O gosto pela marcha, Caio aprendeu em casa. O atleta tem uma história familiar com essa modalidade do atletismo, um esporte negligenciado no país. Caio é filho de Gianetti Sena Bonfim, oito vezes campeã brasileira, e João Bonfim, também marchador. E cresceu sob a influência do esporte. 

Esta é a quarta Olimpíada de Caio Bonfim, de 33 anos, natural de Brasília (DF). 

Deixe seu comentário

Só para assinantes