Torcida organizada do Brasil anima Paralimpíadas de Paris dentro e fora das arquibancadas

O Movimento Verde e Amarelo (MVA), torcida organizada de brasileiros pelo mundo que estiveram presentes em todas as comemorações e recepções do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na Casa Brasil e nas arenas, durante os Jogos Olímpicos em Paris 2024, também celebra os eventos Paralímpicos em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em Paris e outras cidades mundo afora.  

O grupo oficial do MVA contabilizava mais de 700 membros na quarta-feira (28), dia da cerimônia de abertura das Paralimpíadas, com objetivo de conectar encontros de brasileiros para torcer e representar o Brasil em Paris e cidades brasileiras.

Segundo os organizadores, o número de torcedores na comunidade deve aumentar, já que a procura por bilhetes para acompanhar os Jogos Paralímpicos é crescente. O presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024, Tony Estanguet, declarou no começo da semana a marca de quase 2 milhões de ingressos vendidos. Algumas competições já estão esgotadas. 

Alexandre Rozentraub, membro do Movimento Verde e Amarelo, conta que o MVA tem polos em vários estados brasileiros e em outros países: "No Brasil nós nos organizamos por cidades: São Paulo, Santos, Goiânia, Picos no interior do Piauí, Gramado, Canela etc. E no exterior nós nos organizamos por país, ou às vezes por cidade, dependendo da organização do país. Por exemplo, na Espanha temos Madri e Barcelona, nos Estados Unidos temos várias pulverizadas, ao todos temos quase 200 'embaixadas' no Brasil e no mundo", contabiliza. 

Alexandre destaca que as funções do MVA em Paris foram, até agora, de recepção de atletas na Casa Brasil com bateria, organização nas arenas e também funcionou como um ponto de contato dos brasileiros torcedores. E acrescenta que nos Jogos Paralímpicos a função será semelhante

"Nós vamos na mesma linha, focando muito nos apoios nas arenas com um grupo menor de brasileiros por causa do Euro e dificuldade de viagem. Mas vamos continuar nesta mesma toada, apoio nas arenas, presença na Casa Brasil, e um polo aglutinador dos brasileiros, para tentar colocar cada vez mais brasileiros juntos para apoiar e torcer, dando suporte aos jogadores e atletas", detalha. 

Importância da torcida para os paratletas 

Segundo o CPB, ainda em 2021 o grupo organizado fez uma ação junto aos atletas paralímpicos, antes do embarque da delegação brasileira para os Jogos de Tóquio e estreou na organização de torcidas pelas equipes Paralímpicas durante o Grand Prix Internacional de futebol de cegos, em maio de 2023, em São Paulo, e desde então segue levando as cores verde e amarela para onde quer que o país tenha atletas competindo oficialmente.  

Lucas Arabian, atleta do tênis de mesa, de 18 anos, está em sua primeira Olimpíada, mas já competiu e ganhou medalhas em várias provas internacionais, como bronze no Campeonato Mundial 2022, ouro e prata nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e ouro no Fator 20 da Finlândia 2023.

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O jovem fala da importância do clima brasileiro nas competições internacionais: "O Movimento Verde e Amarelo é essencial para nós, ainda mais do esporte paralímpico. Eles nos ajudam a dar uma visibilidade, um apoio. A gente sente um pouco do Brasil nas competições internacionais com eles. É muito importante. Espero vê-los todos aqui em Paris torcendo pela gente, tenho certeza de que isso vai acontecer", disse. 

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Suellen Dellangelica, da Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado, acredita que todas as atletas de vôlei concordam com a importância da presença da torcida. "Para todo o mundo é meio que unânime. É muito legal para a gente, principalmente do esporte paralímpico. O vôlei em si que não é tão divulgado. A gente nunca teve uma torcida grande assim. Esse movimento de torcida, de energia, é muito importante para a gente. Traz um pouquinho desse calor do Brasil!", aponta ela.

A alegria dos torcedores 

Para a advogada Lívia Zamith, carioca radicada em Paris, o que motiva a torcida pelos paratletas é a superação: "Nos Jogos Paralímpicos eu acho que a questão toda é realmente a superação dos atletas e a gente poder assistir isso, independente de para quem a gente está torcendo. Nos Jogos Rio 2016, eu lembro de ter ido ao basquete em cadeiras de rodas e foi muito interessante, foi muito legal também ver o engajamento da galera. Todos foram, compraram ingressos, apoiaram bastante e eu acho que esse ano também vai ser assim".

Para ela, é ainda uma oportunidade para quem não conseguiu ir aos Jogos Olímpicos, poder ainda curtir o clima de Paris 2024. "Tem muita coisa legal, na Torre Eiffel, no Grand Palais e etc. Eu estou animada, pois sei que tenho coisa que vou assistir que o Brasil vai ganhar, então tenho muito pódio para assistir!", antecipa a celebração.  

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Lívia tem ingressos para o Taekwondo, esporte pela segunda vez na história em Jogos Paralímpicos, no qual o Brasil subiu ao pódio em três modalidades em Tóquio e é cogitado para Paris também, a advogada também acompanhará de perto partidas do futebol de cegos, na Torre Eiffel, modalidade na qual a Seleção Brasileira é a equipe favorita, sendo pentacampeã paralímpica invicta.  

Para o futebol de cegos, que já tem os ingressos esgotados na partida que o Brasil participará contra a França no dia 2 de setembro, os representantes do MVA estarão presentes em peso com o time parisiense de torcedores oficiais, segundo informações dos organizadores do grupo

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