Opositora venezuelana Maria Corina Machado ganha prêmio Vaclav Havel de direitos humanos na Europa
O Conselho da Europa atribuiu nesta segunda-feira (30) o prêmio Vaclav Havel, que recompensa os defensores dos direitos humanos, à opositora venezuelana Maria Corina Machado. Desde a eleição presidencial no país, em julho, em que concorreu nas prévias contra o presidente reeleito Nicolás Maduro, ela vive escondida na Venezuela.
Desde 2013, o prêmio Vaclav Havel no valor de € 60 mil é entregue, todos os anos, a uma personalidade da sociedade civil por suas "ações excepcionais em favor dos direitos humanos na Europa e fora dela".
Além de Maria Corina Machado, de 56 anos, estavam na disputa final o ativista azerbaijano Akif Gurbanov e a feminista georgiana Babutsa Pataraia.
A líder da oposição venezuelana dedicou a vitória "aqueles que lutam (...) pela liberdade na Venezuela". "O significado deste prêmio é imenso, não só para mim, mas para todos aqueles que lutam juntos, hoje, pela causa da liberdade na Venezuela", disse em uma declaração de vídeo.
Eleição sob suspeita e êxodo
Nicolás Maduro, cuja vitória foi validada pelo Supremo Tribunal no dia 22 de agosto, foi proclamado vencedor da eleição presidencial com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral. As atas das sessões eleitorais, no entanto, não foram divulgadas.
Segundo a oposição, que publicou a contagem dos votos fornecida pelos seus escrutinadores, o candidato Edmundo Gonzalez Urrutia obteve mais de 60% dos votos. Ameaçado de prisão em seu país, ele se refugiou na Espanha, país que lhe concedeu asilo.
Após o anúncio da reeleição de Maduro, ocorreram diversas manifestações populares na Venezuela que deixaram 27 mortos e 192 feridos. Cerca de 2.400 pessoas foram presas, segundo fontes oficiais.
Desde 2014, devido à crise política e econômica, cerca de 7 milhões dos 30 milhões de habitantes da Venezuela fugiram do país e os especialistas esperam uma nova onda de migração.
(Com AFP)
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