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Israel pede libertação de reféns após morte de líder do Hamas, 'cérebro' do ataque de 7 de outubro

17/10/2024 16h21

O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu nesta quinta-feira (17) uma ação para libertar os reféns detidos há mais de um ano na Faixa de Gaza, após o anúncio da morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar. Ele é considerado como "o cérebro" do ataque ao território israelense em 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza. 

O premiê israelense, Benjamin Netanytahu, considerou a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, como um "passo importante" no declínio do Hamas, mas alertou que isso não significa o fim da guerra na Faixa de Gaza. O premiê também prometeu aos sequestradores que "serão poupados" se os reféns israelenses forem libertados.

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"O mal sofreu um duro golpe, mas a tarefa que temos pela frente ainda não terminou", disse ele em um comunicado. A morte do líder do Hamas, que ocorreu durante uma operação militar na Faixa de Gaza, foi anunciada pelo ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz. 

"O assassino em massa Yahya Sinwar, responsável pelo massacre e pelas atrocidades de 7 outubro (de 2023), foi eliminado pelos soldados (israelenses)", declarou Katz em nota à imprensa.

"Agora, mais do que nunca, devemos agir por todos os meios possíveis para trazer de volta os 101 reféns que ainda estão retidos em condições desumanas pelos terroristas do Hamas em Gaza", afirmou Herzog em um comunicado publicado no X. Ele descreve Sinwar como o "responsável por atos abomináveis de terrorismo".

Segundo o presidente, "a eliminação de Sinwar é uma oportunidade para a libertação imediata dos reféns e abre caminho para uma mudança profunda em Gaza: sem o Hamas e sem o controle do Irã".

Sinwar, da ala mais radical do Hamas, era considerado um dos mentores do ataque lançado em 7 de outubro do ano passado pelo Hamas em território israelense, que desencadeou a guerra em Gaza.

Aos 61 anos, ele liderava o movimento em Gaza desde 2017. Ele assumiu o cargo de líder político depois que Ismail Haniyeh morreu em 31 de julho, em um ataque com explosivos em Teerã, que foi atribuído a Israel.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também pediu a libertação dos reféns. "Yahya Sinwar foi o principal responsável pelos ataques terroristas e atos bárbaros de 7 de outubro", escreveu ele no X. "Neste dia, penso com emoção nas vítimas, incluindo 48 de nossos compatriotas, e seus parentes. A França exige a libertação de todos os reféns ainda mantidos pelo Hamas."

O presidente americano, Joe Biden, também declarou que a morte do líder do Hamas "cria uma ocasião" para uma solução política para o conflito. Para a vice-presidente Kamala Harris, candidata à eleição presidencial de 5 de novembro, esta é uma oportunidade para "acabar a guerra".

Tensão regional

O anúncio acontece em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio. Israel bombardeia desde 23 de setembro as posições do Hezbollah no Líbano, que abriu uma frente de ataque após 7 de outubro em apoio ao Hamas.

Ao meio-dia desta quinta-feira (17), os bombardeios atingiram várias regiões do sul e leste do Líbano, redutos do Hezbollah, além de subúrbios ao sul de Beirute, segundo imagens da AFPTV e da agência oficial libanesa.

Pouco antes, Israel bombardeou a cidade síria de Latakia e feriu dois civis, um ataque que, segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), teve como alvo um "depósito de armas pertencente ao Hezbollah".

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, lançaram vários ataques com bombardeiros B-2 contra arsenais subterrâneos em áreas do Iêmen controladas pelos rebeldes huthis, que prometeram uma "resposta".

Após enfraquecer o Hamas em Gaza, o Exército israelense deslocou a maior parte de sua operação militar para a frente libanesa.

Um edifício no centro de Beirute, onde ficam escritórios do canal catari Al Jazeera e das embaixadas da Noruega e do Azerbaijão foi evacuado nesta quinta-feira, após supostas ameaças israelenses, indicou uma fonte de segurança libanesa.

Os bombardeios israelenses contra a cidade de Nabatieh, sul do Líbano deixaram ao menos 16 mortos na quarta-feira. Nesta quinta-feira, outro bombardeio atingiu as imediações da cidade costeira de Tiro, segundo imagens da AFPTV, depois que Israel ordenou a saída dos moradores da área.

Em quase um mês, ao menos 1.373 pessoas morreram, segundo uma contagem baseada em dados oficiais. A ONU afirma que há cerca de 700 mil deslocados.

Risco de conflito regional

Em uma visita incomum ao Egito, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, conversou com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, sobre o perigo de um conflito regional.

Os dois discutiram a "necessidade de conter a escalada regional" e alcançar um cessar-fogo em Gaza e no Líbano, segundo a Presidência egípcia.

O comandante da Guarda Revolucionária iraniana, Hossein Salami, advertiu nesta quinta-feira que o país responderá em caso de represália israelense aos mísseis lançados no dia 1º de outubro por Teerã.

O Irã afirma que os quase 200 mísseis lançados contra Israel foram uma resposta ao bombardeio que matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e o general iraniano Abbas Nilforushan.

O conflito em Gaza entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando membros do grupo mataram 1.206 pessoas no sul de Israel, a maioria civis.

Em Gaza, as forças israelenses efetuam há uma semana bombardeios e operações terrestres no norte do território e na área de Jabaliya, onde afirmam que o Hamas tenta reagrupar suas forças.

Um bombardeio israelense matou pelo menos 14 pessoas que estavam refugiadas em uma escola da localidade nesta quinta-feira, informaram os hospitais locais.

Pelo menos 42.438 pessoas morreram, a maioria civis, na ofensiva israelense em Gaza após o ataque de 7 de outubro de 2023, segundo os dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.

Com informações da AFP

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