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População de Gaza reage à morte do líder do Hamas e torce por fim da guerra

Criança caminha entre tendas após ataque aéreo de Israel contra campo de refugiados Imagem: 8.out.2024- Eyad BABA / AFP

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, de Belo Horizonte

17/10/2024 16h17

Após a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, confirmada nesta quinta-feira (17), moradores de Gaza declararam esperar pelo fim do conflito em entrevista ao jornal The New York Times.

O que aconteceu

A professora Fadia, de 42 anos, mora em Jabaliya e disse estar aliviada que ele morreu. "Eu desejo que ele fique no inferno. Ele é o responsável por toda essa destruição." Ela também acredita e deseja que isso possa significar o fim da guerra.

Rezeq El-Sabti, de 44 anos, também compartilha do mesmo pensamento de Fadia. Ele precisou sair de casa e atualmente mora em uma tenda com a família em Nuseirat, no centro de Gaza. Para o homem, a morte de Sinwar permitiria ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarar vitória na guerra contra o Hamas. "Isso nos dá esperança que a guerra vai acabar", contou.

O homem lembrou, porém, que outros líderes do Hamas também foram mortos por Israel, e isso não acabou com a guerra. Rehab Ibrahim Odeh, de 64 anos, afirmou não achar que a morte de Yahya Sinwar irá mudar a realidade de quem vive em Gaza.

Israel diz que a "justiça foi feita", mas premiê descarta fim da guerra. O governo israelense republicou a confirmação das Forças de Defesa de Israel sobre a morte de Yahya nas próprias redes sociais. Em pronunciamento, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que a "guerra não acaba" com a morte do líder do Hamas.

A morte de Yahya Sinwar

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto por forças de defesa israelenses nesta quinta-feira (17). A informação foi dada pelas Forças de Defesa de Israel.

Morte foi confirmada após teste de DNA. Os exames foram feitos em Jerusalém.

Sinwar estava com outros dois membros do Hamas em Tal as Sultan, perto de Rafah, no sul do enclave. Segundo as Forças de Defesa de Israel, soldados mataram três homens armados e só desconfiaram da identidade do líder do Hamas após o assassinato.

Operações na área onde ele estava "restringiram o movimento operacional" de Yahya. Segundo as IDF, ele teria se escondido em túneis subterrâneos e em casas na região de Rafah, onde morreu.

O líder do Hamas é apontado como "arquiteto" do ataque terrorista de 7 outubro. Segundo o canal Al Jazeera, ele era considerado "inimigo número 1" de Israel desde então.

"As forças de defesa de Israel (IDF) e a Agência de Segurança de Israel (ISA) confirmaram que, após um ano de perseguição, ontem (quarta-feira, 16 de outubro de 2024), soldados da IDF do Comando Sul eliminaram Yahya Sinwar, o líder da organização terrorista Hamas, em uma operação no sul da Faixa de Gaza. Yahya" IDF, em nota

Quem era Yahya Sinwar

O líder do Hamas tinha 62 anos e nasceu em Khan Younis. Ele se uniu ao grupo extremista em 1987, pouco após a fundação do Hamas.

Pais dele foram alocados para campo de refugiados após criação de Israel. Eles eram moradores de Majdal Askalan, que tornou-se Ashkelon em 1948.

Condenado a 426 anos de prisão. Sinwar foi preso diversas vezes pelas Forças de Defesa de Israel por envolvimento na captura e no assassinato de soldados israelenses e de palestinos suspeitos de espionagem para o país vizinho.

Ele foi solto em um acordo de troca de prisioneiros em 2011. Durante seus 23 anos preso, ele aprendeu hebraico e se aprofundou em assuntos de política interna do país.

Sinwar assumiu a liderança do grupo em 2017 no lugar de Ismail Haniyeh, morto em Teerã. O antigo líder do grupo extremista foi assassinado no fim de julho, quando cumpria agenda no Irã.

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