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Lula faz apelo para 'evitar escalada' de guerras na Ucrânia e Oriente Médio durante cúpula do Brics

23/10/2024 10h33

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para países evitarem a escalada das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, afirmando que elas ameaçam "tornar-se globais", durante uma intervenção na 16º cúpula dos Brics, feita por videoconferência, nesta quarta-feira (23). Lula também lançou um apelo contra as mudanças climáticas, mas tema não está na agenda do encontro, organizado pela Rússia.

 

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"Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos, mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas", disse o presidente. "Como disse o presidente [turco] Recep Tayyip Erdogan na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo. Essa insensatez agora se alastra à Cisjordânia e ao Líbano", disse ainda o chefe de Estado brasileiro em referência ao conflito entre Israel e os grupos armados islâmicos palestinos e libaneses, respectivamente Hamas e Hezbollah.

"Evitar uma escalada e instigar negociações de paz também é crucial no conflito entre a Ucrânia e a Rússia", disse Lula de Brasília, durante a reunião ampliada do Brics, organizada em Kazan, na Rússia.

"Num momento em que enfrentamos duas guerras com potencial para se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns", sublinhou Lula. "Por isso, o lema da presidência brasileira será fortalecer a cooperação do sul global para uma governança mais inclusiva e sustentável", disse.

O Brasil assume a presidência do Brics em janeiro de 2025. 

Além das guerras, em seu curto discurso de pouco mais de sete minutos, Lula também se referiu a outros temas recorrentes em suas participações em cúpulas internacionais, como mudanças climáticas e sustentabilidade, defesa da taxação dos super-ricos, democratização de acesso a vacinas e defesa da criação de uma moeda comum para transações entre os países do Brics

A cúpula de Kazan é a mais importante organizada na Rússia desde que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou sua ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando sanções internacionais contra Moscou.

Cerca de 20 líderes, entre eles da China, Índia, Turquia e Irã, participam da cúpula em Kazan. Lula cancelou a viagem, por recomendação médica, após acidente doméstico no sábado (19).

Ausência do meio ambiente

Apesar do interesse demonstrado pelo presidente Lula por questões de sustentabilidade e mudanças climáticas, o meio ambiente não está na agenda da cúpula.

A Rússia, país anfitrião, não é conhecida por seus compromissos nessa área. O presidente Vladimir Putin faz constantemente declarações negacionistas e assume sem complexos o atraso de seu país sobre os objetivos de diminuição de gases do efeito estufa. 

De maneira geral, com exceção do Brasil, os Brics se destacam por sua ausência nos compromissos ambientais.

Economicamente, o grupo pesa muito, representando cerca de metade das emissões globais de gases do efeito estufa. Além disso, respondem agora por 40% da produção global de petróleo bruto, por isso a forte relutância dos países-membros em se comprometerem a reduzir a utilização de combustíveis fósseis.

O Brics é também um ator importante na transição energética, porque seus países detêm 70% das terras raras necessárias. A China sozinha detém 60% da produção mundial de lítio e cobalto, recursos essenciais para baterias elétricas.

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