A dois dias das eleições nos EUA, resultado da disputa entre Kamala e Trump continua imprevisível

A dois dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o resultado da disputa entre a candidata democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump continua imprevisível. Tudo indica que o pleito será decidido por algumas dezenas de milhares de votos em regiões altamente contestadas, nos chamados "estados-pêndulo". Diante deste cenário de indefinição, o número de votos antecipados avança a cada dia.

A última pesquisa do New York Times/Siena, com foco nestes estados cruciais, mostra Kamala Harris à frente na maioria deles (Nevada, Carolina do Norte, Geórgia, Wisconsin) e empatada com Donald Trump em outros dois (Pensilvânia e Michigan), enquanto seu rival está à frente no Arizona. Em todos os casos, a diferença é pequena, impossibilitando qualquer conclusão.

O mundo espera para saber se os EUA abrirão as portas da Casa Branca pela primeira vez a uma mulher, a atual vice-presidente democrata Kamala Harris, ou se vai optar pela volta de Donald Trump, depois de uma campanha eleitoral conturbada.

Votação antecipada

Mais de 76 milhões de americanos já votaram, antecipadamente ou pelo correio. Na terça-feira (5), quando fecharem as assembleias de voto, começará um longo período de espera. Ninguém sabe se levará horas ou dias para que a imprensa norte-americana atribua a vitória a um ou a outro.

Na Geórgia, mais de 3 milhões de pessoas votaram de forma antecipada, ou 45% dos eleitores registados, um recorde, segundo Brad Raffensperger, o secretário de Estado republicano.

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Situação semelhante em outros "estados-pêndulo", decisivos para a vitória final, como a Carolina do Norte, destaca a agência AFP.

A elevada taxa de votação por correio na Pensilvânia, outro estado indeciso, onde os boletins de voto não podem ser processados ??antes do dia das eleições, poderá atrasar o anúncio dos resultados a nível nacional.

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Por fim, investigações foram abertas nos últimos dias após a queima de diversas urnas nos estados de Washington e Oregon e no Arizona, na costa do Pacífico.

Disputa voto a voto e duelo de narrativas

Nesta reta final, Kamala Harris faz campanha focando em eleitores de centro e conta com a defesa do direito ao aborto para mobilizar as mulheres em massa. Donald Trump, por sua vez, longe de visar os eleitores moderados, utiliza uma retórica cada vez mais violenta.

Neste domingo (3), referindo-se ao dispositivo de proteção implantado ao seu redor após duas tentativas de assassinato, o republicano disse que para alcançá-lo "seria preciso atirar" nos jornalistas, acrescentando: "Isso não me incomoda tanto".

"Eles estão se esforçando para roubar" a eleição, afirmou Trump, usando seu tradicional boné vermelho, durante um comício na Carolina do Norte, já questionando a confiabilidade da contagem dos votos.

Trump tenta repetir a retórica das últimas eleições presidenciais. O ex-presidente nunca reconheceu a sua derrota em novembro de 2020. Desde então, ele enfrenta acusações criminais pelo seu papel no ataque de seus apoiadores ao Capitólio, sede do Congresso em Washington, em 6 de janeiro de 2021.

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À medida que o "Dia D" se aproxima, os dois rivais, que gastam centenas de milhões de dólares cada, tentam ocupar o terreno midiático. No sábado (2), Kamala Harris fez uma participação no programa de comédia "Saturday Night Live".

Ainda neste domingo, Kamala retorna a Michigan, um estado industrial na região dos Grandes Lagos, onde tenta convencer um eleitorado operário e fazê-lo "virar a página de uma década com Donald Trump". Kamala Harris retrata o ex-presidente como um "fascista" com espírito "vingativo".

Do seu lado, Trump se apresenta como o homem ideal para os Estados Unidos ameaçados por um cataclismo econômico e "invadidos" por milhões de imigrantes ilegais.

Sistema de votação

O sistema de votação nos Estados Unidos é complexo. A presidência é atribuída por sufrágio universal indireto: os americanos votam em um colégio de 538 eleitores, distribuídos pelos 50 estados, sem que o total de votos a nível nacional seja decisivo.

A grande maioria destes estados já são considerados favoráveis ou a Kamala Harris ou a Donald Trump. É por isso que os esforços e o suspense dos candidatos se concentram nos sete "estados-pêndulo".

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(Com RFI e AFP)

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