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Agência fala em 'colapso' após Israel banir atuação da ONU para refugiados em Gaza

UNRWA faz entrega de alimentos a refugiados palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza Imagem: 28.jan.2024-AFP

04/11/2024 07h51

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) afirmou, nesta segunda-feira (4), que a proibição de suas atividades em Israel poderia causar o "colapso" do sistema de ajuda na Faixa de Gaza, mais de um ano após o início da guerra.

Segundo Jonathan Fowler, porta-voz da organização, "se a lei for implementada, corre o risco de causar o colapso da operação humanitária internacional na Faixa de Gaza, organizada em sua maior parte pela ONU".

Israel anunciou nesta segunda-feira (4), em um comunicado, ter notificado oficialmente as Nações Unidas sobre o cancelamento do acordo com a agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos, após a aprovação da medida pelo Parlamento do país.

"A UNRWA, a organização cujos funcionários participaram do massacre de 7 de outubro e são membros do Hamas, é parte do problema da Faixa de Gaza e não parte da solução", afirmou em uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores israelense.

"A ONU recebeu inúmeras evidências de que agentes do Hamas são empregados da agência e que suas instalações estão sendo usadas para fins terroristas, mas nada foi feito a respeito", acrescenta o texto.

O acordo com a agência da ONU data de 1967. A UNRWA fornece ajuda e assistência básica aos refugiados palestinos nos Territórios Palestinos e em vários outros países da região.

O ministro israelense das Relações Exteriores Israel Katz discorda. Segundo ele, apenas parte da ajuda humanitária estava sendo entregue a Gaza pela UNRWA.

"A grande maioria da ajuda humanitária em Gaza é canalizada por meio de outras organizações, e apenas 13% dessa ajuda vem da UNRWA", disse Katz nesta segunda-feira, no mesmo comunicado.

"O Estado de Israel está comprometido com o direito internacional e continuará a facilitar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza de uma maneira que não prejudique a segurança dos cidadãos israelenses".

Deslocamentos na Cisjordânia

A proibição também poderia prejudicar a ação dos funcionários da agência da ONU na Cisjordânia ocupada. Eles poderiam ter dificuldade para se deslocar ou entrar em Jerusalém Oriental, ou Israel, sem coordenação com as autoridades israelenses.

A agência fornece ajuda essencial de educação, saúde e assistência aos refugiados nos territórios palestinos e na região há mais de 70 anos.

As Nações Unidas e vários aliados ocidentais demonstraram preocupação com a decisão israelense. Há temores de que a situação humanitária em Gaza, que já é precária, possa piorar, embora a proibição não mencione operações humanitárias nos territórios palestinos.

Em um comunicado, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que as Nações Unidas "não fizeram nada para lidar com a realidade de que o Hamas se infiltrou na agência", apesar das evidências que Israel forneceu à ONU.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que as atividades de outras organizações internacionais seriam expandidas como parte de medidas para "promover alternativas à UNRWA".

(Com informações da AFP)

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