Coesão frente a Trump é questão de "vida ou morte" para Europa, diz jornal
As consequências da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos estiveram no centro da Cúpula de Política Europeia nesta quinta-feira (7) e na reunião do Conselho Europeu nesta sexta-feira (8), em Budapeste, na Hungria. Os jornais franceses analisam as medidas que o bloco deve tomar para enfrentar o novo desafio.
"Unida ou impotente", questiona a manchete do jornal francês Libération. "O momento não é de desespero ou batalhas de ego, mas de reunificação e coesão, de união de forças, de preencher lacunas. É simplesmente uma questão de vida ou morte para a Europa", afirma o jornal.
Segundo Libération, Trump entendeu muito bem os pontos fracos do continente europeu, suas divergências internas e a ausência de um posicionamento comum na área de política externa e de defesa. Ele fará tudo para desunir os membros do bloco e "impor melhor sua força", ressalta.
Para o jornal Le Figaro, a Europa busca se mobilizar novamente, após a eleição de Donald Trump e primeira prova para o bloco, sob pressão para se mostrar unido, é a guerra na Ucrânia.
Os aliados europeus de Kiev mostraram que apoiarão a Ucrânia o tempo que for necessário, apesar das divergências entre os líderes do bloco e Viktor Orbán. O primeiro-ministro húngaro, atual presidente do Conselho Europeu, é um dos principais apoiadores do novo presidente americano.
Macron quer mostrar liderança no bloco
O presidente francês, Emmanuel Macron, tenta pesar no "destino do continente europeu", destaca o Le Figaro. Na quinta-feira, o líder francês insistiu que a Europa "não precisa delegar eternamente sua defesa aos Estados Unidos e seu crescimento econômico à China".
Para o Le Parisien, a volta de Trump ao poder poderia servir como um "choque elétrico" para a Europa, ou pelo menos para o presidente francês. "Nosso papel não é comentar a eleição de Donald Trump. Ele foi eleito pelo povo americano e vai defender os interesses americanos.
"A única questão, na verdade, é: nós estamos prontos a defender os interesses europeus?", disse Macron na abertura da cúpula em Budapeste. "A Europa busca mais do que nunca um líder diante do choque Trump (...) o presidente francês continua com a ambição de assumir este papel", diz o jornal.
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