Trump confirma radicalização com Musk nomeado para desmontar administração e ex-apresentador de TV na Defesa

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu nesta terça-feira (12) a promessa de colocar o homem mais rico do mundo, Elon Musk, à frente de um departamento de Estado, o equivalente a um ministério no Brasil, que ele definiu como responsável pela "eficiência governamental". Um major da reserva, ex-apresentador do canal de TV ultraconservador Fox News, foi escolhido para chefiar a pasta da Defesa.

O bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, muito ativo na campanha do republicano, irá chefiar o novo departamento da Eficiência ao lado do empresário Vivek Ramaswamy, candidato que não obteve sucesso nas primárias do partido. 

"Juntos, esses dois americanos extraordinários abrirão o caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, elimine regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais", afirmou Donald Trump em um comunicado.

Na noite de terça-feira, Trump também nomeou como secretário de Defesa Pete Hegseth, major da reserva do Exército e atual apresentador da Fox News, a emissora preferida dos conservadores nos EUA, e John Ratcliffe, que foi diretor de Inteligência Nacional em seu primeiro mandato, para chefiar a CIA.

O presidente eleito segue distribuindo cargos, apostando em aliados e perfis linha-dura para os postos mais importantes do futuro governo, antes de retornar nesta quarta-feira à Casa Branca para uma reunião com Joe Biden.

Nos últimos anúncios, o congressista republicano Mike Waltz, ex-oficial das forças especiais, foi nomeado conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. Trump o descreveu como "um especialista nas ameaças representadas por China, Rússia, Irã e pelo terrorismo global".

Em 2023, Waltz apresentou um projeto de lei que pedia a autorização do uso das Forças Armadas contra os cartéis de drogas mexicanos, apontados como responsáveis pelo tráfico de fentanil, um opioide sintético que já matou mais de 500.000 pessoas nos Estados Unidos.

Também foi confirmado que a governadora Kristi Noem, uma leal aliada, dirigirá o Departamento de Segurança Interna. Este cargo é da mais alta importância, pois tem as atribuições de identificar e desarticular ameaças à segurança, proteger alfândegas e fronteiras, gerenciar a migração e responder a desastres naturais.

A governadora de Dakota do Sul chegou a ser considerada uma possível candidata a vice-presidente, mas suas chances ruíram após ela afirmar ter atirado em seu cão por considerá-lo "indomável". Ela trabalhará lado a lado com Tom Homan, o novo "czar" das fronteiras, cuja missão será realizar a maior deportação de migrantes em situação irregular da história dos Estados Unidos.

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Marco Rubio para Relações Exteriores

Segundo a imprensa americana, Trump escolherá o influente senador Marco Rubio para o cargo de chefe da diplomacia americana. Partidário de um tratamento duro para a China e o Irã, o senador da Flórida, de 53 anos, copresidia até agora a Comissão de Inteligência no Senado.

A relação entre Donald Trump e Marco Rubio nem sempre foi harmoniosa. O americano de origem cubana enfrentou Trump nas primárias republicanas de 2016 e, durante a campanha, chegou a zombar do tamanho das mãos e do tom da pele do magnata. Mas parece que os dois homens não guardam rancor.

Caso a nomeação de Rubio seja confirmada, a Ucrânia poderá sofrer um revés. No início de novembro, Rubio declarou que é necessário "colocar fim" à guerra na Ucrânia, pois o país europeu está em um "impasse".

Em um comunicado, Trump também revelou sua escolha para embaixador em Israel, principal aliado de Washington no Oriente Médio. Será o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee.

Nos últimos dias, Trump também designou três de seus aliados para os cargos na ONU, Meio Ambiente e Imigração.

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Trump em Washington

Donald Trump estará em Washington nesta quarta-feira para se reunir com o presidente Joe Biden - seu sucessor e futuro antecessor -, que prometeu uma transição "pacífica e ordenada" do poder após a derrota eleitoral da vice-presidente Kamala Harris.

O magnata de 78 anos, que tomará posse em 20 de janeiro, também se reunirá com congressistas republicanos.

O 47º presidente dos EUA deve contar com plenos poderes em Washington, já que seu partido conquistou a maioria no Senado e deverá manter o controle da Câmara dos Representantes, segundo resultados eleitorais ainda em andamento.

Com AFP

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