Macron e igreja católica batalham por protagonismo na reabertura da catedral de Notre-Dame

As revistas semanais francesas desta semana investigam os bastidores nem sempre glamorosos que antecedem a reabertura da catedral Notre-Dame de Paris, prevista para acontecer em grande pompa no dia 7 de dezembro, na capital francesa.

 

Para o semanário L'Express, "os responsáveis silenciaram suas divergências para não estragar a festa de reabertura de Notre-Dame de Paris, que ocorrerá nos dias 7 e 8 de dezembro próximos".

"Nesse fim de semana, o mundo inteiro aplaudirá o renascimento de uma catedral que quase foi reduzida a cinzas em uma noite de abril de 2019. A imagem será bela, o símbolo poderoso, e a harmonia exibida entre os poderes laicos e religiosos será perfeita", explica a revista francesa.

No entanto, "esquecidos estarão os longos meses de duras negociações, reuniões agitadas e desentendimentos memoráveis que marcaram o ano de 2024", publica L'Express.

"Todos queriam estar no centro da cerimônia e não abriam mão de nada. Por um tempo, Emmanuel Macron sonhou em ser o primeiro chefe de Estado francês a discursar na catedral, mas o arcebispo de Paris fez de tudo para dissuadi-lo. Por um momento, o presidente também sonhou em receber o Papa, mas Francisco declinou, preferindo a Córsega", contextualiza a revista.

"Na preparação das festividades, as equipes do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, e da diocese discutiram (muito), brigaram (frequentemente), blefaram ou mentiram (às vezes)", diz L'Express sobre o jubileu da catedral mais famosa do mundo.

Uma verdadeira briga entre a igreja e a França para ver quem assume o protagonismo na reabertura das portas de Notre-Dame, afirma a reportagem do semanário.

O presidente e a catedral

Já a revista Le Point traz como manchete "O presidente e a Catedral", para detalhar como a reconstrução de Notre-Dame se transformou em "uma verdadeira obsessão" de Macron. 

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"Não é porque Notre-Dame pegou fogo que eu perdi as chaves dela", teria ironizado recentemente, em particular, o arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich, detalha a reportagem, que evoca uma verdadeira batalha entre Macron e o arcebispo.

"Para a cerimônia de reabertura da catedral, no dia 7 de dezembro, Emmanuel Macron pretendia simplesmente romper com uma tradição secular. De acordo com essa prática, o arcebispo, sendo o guardião de "sua" catedral, bate três vezes com o báculo na porta fechada do edifício e entra sozinho, antes de todos, para "sacralizar" o momento.

Contudo, o presidente, que foi educado por jesuítas e batizado aos 12 anos contra a vontade de seu pai, imaginava-se o protagonista dessa festa, explica Le Point.

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