Alemanha organiza homenagem às vítimas de tragédia na feira natalina de Magdeburgo
As autoridades alemãs organizaram na noite deste sábado (21) uma cerimônia em homenagem às vítimas do ataque da véspera em uma feira natalina na cidade de Magdeburgo, no nordeste do país. As primeiras informações, ainda incertas, sobre as possíveis motivações do principal suspeito do episódio começam a ser divulgadas. Pelo menos cinco pessoas morreram e 200 ficaram feridas.
Às 19h03 pelo horário local, no momento exato do ataque de sexta-feira, os sinos de todas as igrejas de Magdeburgo tocaram em homenagem às vítimas, antes de um serviço religioso em sua catedral. O ato contou com a presença do chefe de Estado, Frank-Walter Steinmeier e, apesar da chuva torrencial, cerca de 2.000 pessoas reuniram-se do lado de fora do edifício.
Um pouco mais cedo, o chanceler alemão Olaf Scholz depositou flores no local da tragédia. Vários moradores fizeram o mesmo em solidariedade às vítimas desse ataque, que acontece oito anos após um episódio similar em uma feira natalina de Berlim.
"É importante que permaneçamos unidos como país e que conversemos entre nós", declarou o chefe do governo, que prometeu atuar "contra aqueles que querem semear o ódio".
A tragédia aconteceu quando um automóvel BMW invadiu a feira de Natal, atropelando a multidão ao longo de quase 400 metros. O balanço de vítimas fatais ainda é provisório, já que cerca de 40 pessoas seguem hospitalizadas em estado grave. Entre os mortos estão quatro adultos e uma criança de 9 anos.
"Muçulmano islamofóbico"
Um homem foi detido logo após a tragédia e está sendo apresentado como o principal suspeito. Taleb A., um psiquiatra saudita de 50 anos, foi preso no local do crime, ao lado do veículo utilizado para atropelar a multidão.
Segundo a imprensa local, ele teria status de refugiado, com um visto de residência na Alemanha sem duração determinada e não era conhecido dos serviços de polícia. Sites de notícias alemães apontam que ele seria um muçulmano que se tornou islamofóbico.
Mas as possíveis motivações do suposto autor ainda não são claras. Segundo as primeiras informações, ele poderia ter atuado por "insatisfação" com o tratamento dispensado na Alemanha aos demandantes de asilo de seu país. A afirmação foi feita por Horst Walter Nopens, promotor responsável pelo caso neste sábado (21), que confirmou que Taleb A. permanecerá em prisão preventiva.
O suspeito havia denunciado em agosto em sua conta na rede social X "os crimes cometidos pela Alemanha contra os refugiados sauditas e a obstrução da justiça, pouco importa a quantidade de evidências que apresentemos" nos processos de pedido de asilo. A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse à imprensa em Magdeburgo que "a única coisa" que pode confirmar é que o suspeito é "islamofóbico".
Segundo a imprensa alemã, o suposto autor do atentado militou pelos direitos das mulheres sauditas, se descreveu como "ateu" e defendeu nas redes sociais ideias de extrema direita próximas às do partido Alternativa para a Alemanha (AfD). Em uma ocasião, ele declarou que se considerava perseguido por denunciar os "perigos" da islamização da Alemanha.
Até o momento, as autoridades estão descartando qualquer motivação islâmica na tragédia de Magdeburgo, ao contrário do ataque em Berlim em 2016.
(Com informações da AFP)
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