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Israel rebate críticas sobre dificuldade para entrada de ajuda humanitária em Gaza

23/12/2024 12h06

Depois da polêmica sobre a entrada de apenas de dez caminhões de ajuda humanitária para distribuir água e alimentos no norte de Gaza, no período de dois meses e meio, Israel negou nesta segunda-feira (23) o balanço feito pela ONG Oxfam no domingo (22). 

De acordo com Israel, mais de 2.000 caminhões entraram no território palestino para levar ajuda aos moradores.

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Porém, não é isso que testemunharam os colaboradores da Oxfam. "Dos escassos 34 caminhões que transportam alimentos e água autorizados a entrar na província de Gaza, no norte, nos últimos dois meses e meio, os atrasos deliberados e a obstrução sistemática por parte dos militares israelenses fizeram com que apenas 12 conseguissem distribuir ajuda a civis palestinos famintos", informou a Oxfam em comunicado. A contagem inclui entregas feitas até o sábado (21).

Questionado, o Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense que supervisiona as atividades civis nos Territórios Palestinos, negou os números, indicando que desde 2 de outubro, mais de 2.100 caminhões de ajuda entraram no norte da Faixa de Gaza.

"O relatório da Oxfam ignora deliberada e imprecisamente os consideráveis ??esforços humanitários empreendidos por Israel no norte da Faixa de Gaza", relatou o Cogat em comunicado.

Desde o início da guerra desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico Hamas ao território israelense, em 7 de outubro de 2023, Israel tem controlado rigorosamente a chegada de ajuda internacional essencial para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.

No sábado, o papa Francisco fez uma série de declarações sobre a situação em Gaza. "Ontem, bombardearam crianças. Não é a guerra, é uma crueldade", disse o sumo pontífice em reação a um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza, na véspera. "É algo que me comove", declarou o papa argentino.

O Estado israelense foi acusado em diversas ocasiões de cometer "genocídio" em Gaza, inclusive perante a justiça internacional, por iniciativa da África do Sul. As autoridades israelenses rejeitam veementemente essas acusações.

A Assembleia Geral da ONU aprovou na quinta-feira (19) por ampla maioria uma resolução pedindo ao Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) que se pronuncie sobre as obrigações humanitárias de Israel em relação aos palestinos.

A Oxfam e outras organizações humanitárias internacionais têm sido "continuamente impedidas de fornecer ajuda vital" no norte de Gaza desde 6 de outubro, quando Israel intensificou os seus bombardeios, detalhou a ONG.

"Estima-se que milhares de pessoas ainda estejam isoladas, mas com o acesso humanitário bloqueado, é impossível contabilizá-las", lamenta a Oxfam. "No início de dezembro, as organizações humanitárias que trabalham em Gaza receberam chamados de pessoas vulneráveis, presas em casas ou abrigos com falta de água e alimentos", acrescentou a organização.

O ataque do Hamas em outubro de 2023 resultou na morte de mais de 1.200 pessoas do lado israelense, a maioria delas civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Em retaliação, mais de 45 mil palestinos foram mortos na campanha militar israelense, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza do governo do Hamas, considerados confiáveis ??pela ONU. Pelo menos 58 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas neste território palestino, palco de mais de 14 meses de guerra contra Israel, onde 107.713 pessoas também ficaram feridas desde o início da guerra.

(Com AFP)

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