França considera "essencial que nenhuma potência estrangeira" enfraqueça a Síria
O ministro das Relações Exteriores da França disse no domingo (5) que era "essencial que nenhuma potência" aproveitasse a mudança de regime em Damasco para enfraquecer a Síria, enquanto o Ministério das Relações Exteriores sírio iniciava uma visita oficial ao Catar.
"A Síria obviamente precisará de ajuda, mas é essencial que nenhuma potência estrangeira entre, como a Rússia e o Irã fizeram por muito tempo, sob o pretexto de apoiar as autoridades ou apoiar a Síria (...), para enfraquecê-la ainda mais", disse Jean-Noel Barrot à estação de rádio RTL.
"O futuro da Síria pertence aos sírios. Desse ponto de vista, o objetivo de soberania demonstrado tanto pela autoridade de transição quanto pelos representantes da sociedade civil e das comunidades com quem nos reunimos é sólido", acrescentou.
Barrot acaba de retornar de Damasco, onde ele e a ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, se encontraram com o novo líder da Síria, o islamita Ahmad al-Chareh, na sexta-feira.
Seu ministro das Relações Exteriores, Assaad Al-Chibani, iniciou uma visita oficial ao Catar no domingo, sua primeira visita ao estado do Golfo desde a destituição do presidente Bashar al-Assad há quase um mês, de acordo com a agência de imprensa síria.
O Catar foi o segundo país, depois da Turquia, a anunciar oficialmente a reabertura de sua embaixada na capital síria desde que uma coalizão de grupos armados liderados pelos islamitas do HTS (Hayat Tahrir al-Sham) chegou ao poder em 8 de dezembro.
Al-Chibani anunciou na sexta-feira que também visitaria os Emirados Árabes Unidos e a Jordânia, após sua primeira viagem oficial ao exterior nesta semana, à Arábia Saudita.
A Síria "precisa de recuperação econômica. É preciso perceber que o PIB, a riqueza produzida pela Síria, foi dividido por cinco em 10 anos. É preciso levar em conta que 50% da infraestrutura foi destruída durante o governo de Bashar Al-Assad", argumentou o chefe da diplomacia francesa.
Quanto às sanções internacionais contra a Síria, algumas "não pretendem ser suspensas, em particular aquelas que afetam o regime de Bashar al-Assad e seus líderes", disse ele.
"Há outras que poderiam ser suspensas rapidamente, em especial as que dificultam o acesso da ajuda humanitária ao povo sírio", acrescentou.
"Quanto ao restante, essa é uma discussão que iniciamos com nossos parceiros europeus e dependerá do ritmo em que as autoridades de transição sírias levarem em conta nossos interesses e, em particular, nossos interesses de segurança".
(Com AFP)
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