Incêndios em Los Angeles já mataram pelo menos dez pessoas e destruíram 10 mil casas e edifícios
Pelo menos dez pessoas já morreram nos incêndios florestais que devastam Los Angeles, informou na quinta-feira (9) o serviço legista local. O fogo, que se alastra desde terça-feira (7), destruiu cerca de 10.000 casas e edifícios, enquanto os ventos secos do deserto, que alimentam as chamas, aumentaram em intensidade.
O incêndio em Pacific Palisades, entre Santa Monica e Malibu, no lado oeste da cidade, e o de Eaton, a leste, já são considerados os mais devastadores da história de Los Angeles. Eles destruíram quase 13.750 hectares e reduziram bairros inteiros a cinzas.
De acordo com o serviço legista do condado de Los Angeles, o número de vítimas fatais aumentou para dez até o final da tarde de quinta-feira. Nenhuma informação foi divulgada sobre a identidade das vítimas.
O xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, afirmou em uma coletiva de imprensa anterior que esperava que o número de vítimas aumentasse ainda mais.
"Parece que uma bomba atômica caiu nessas regiões. Não espero boas notícias e não estamos ansiosos para descobrir esses números", lamentou Robert Luna.
A empresa privada AccuWeather, que fornece previsões meteorológicas, estimou os danos e as perdas econômicas entre US$ 135 bilhões e US$ 150 bilhões, o que sugere uma recuperação difícil e um aumento nos custos de seguro para os proprietários.
Críticas de Trump
"Já estamos olhando para o futuro para reconstruir de maneira dinâmica a cidade de Los Angeles", afirmou a prefeita democrata Karen Bass, criticada pelo presidente eleito Donald Trump e outros republicanos por sua gestão da catástrofe.
Trump também acusou o governador democrata Gavin Newson de incompetência no gerenciamento da crise.
Uma reportagem do jornal Le Figaro analisa as acusações feitas pelo republicano de que 20% dos hidrantes no luxuoso bairro de Pacific Palisades, onde vivem celebridades de Hollywood, estavam secos.
Trump denuncia um "plano de compartilhamento de água assinado em dezembro pela administração de Joe Biden com as autoridades da Califórnia" que, segundo ele, privou os habitantes de recursos hídricos em favor da preservação natural e sobrevivência do salmão, que Trump chamou de "peixe sem valor". Newson reagiu lamentando que o presidente eleito faça política em meio à tragédia.
O presidente em exercício, Joe Biden, que declarou estado de emergência na terça-feira, prometeu na quinta-feira que o governo federal assumiria o custo integral da reconstrução pelos próximos 180 dias, incluindo a remoção de destroços e de materiais perigosos, construção de abrigos temporários e salários dos socorristas.
"Eu disse ao governador e às autoridades locais para não economizarem esforços para conter esses incêndios", afirmou Joe Biden após uma reunião com seus principais conselheiros na Casa Branca.
Um grande avião Super Scooper emprestado pelo Canadá foi danificado e ficou no solo após colidir com um drone civil não autorizado perto do incêndio em Palisades, informou o serviço de bombeiros do condado de Los Angeles. Nenhum ferido foi registrado.
Na quinta-feira, um incêndio em andamento começou perto de Calabasas, uma das cidades mais ricas dos Estados Unidos, que abriga várias celebridades e comunidades fechadas. O "Kenneth Fire" se expandiu para 388 hectares em poucas horas.
O jornal Le Monde destaca que o fogo atingiu mansões de conhecidos atores do cinema americano, como Billy Crystal, que perdeu a casa onde morava desde 1976, a socialite Paris Hilton, moradora de Malibu, além da Villa Getty, que abriga uma coleção de arte greco-romana e foi salva por pouco.
O diário destaca que os incêndios ameaçavam "o coração da indústria cinematográfica e do divertimento, como a Calçada da Fama, com autógrafos de muitas estrelas, e o Teatro Dolby, onde acontecem as cerimônias do Oscar.
(com agências)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.