Internautas franceses questionam por que queimadas aumentaram em 2024 no Brasil durante governo Lula
Internautas franceses e a imprensa do país se intrigam com o recorde de matas incendiadas no Brasil, governado pelo presidente Lula. A imprensa francesa repercute nesta quarta-feira (22) os dados recém-publicados pela rede MapBiomas, registrados pela plataforma Monitor do Fogo. Em 2024, o país teve 30,9 milhões de hectares - ou 309 mil km² - queimados entre janeiro e dezembro, o que equivale a uma área maior que o território da Itália (30,1 milhões de hectares).
Em relação a 2023, as queimadas impactaram uma área 79% maior no ano passado, o que representa 13,7 milhões de hectares a mais destruídos pelo fogo. Cada hectare equivale a 10 mil m². O número de 2024 é o maior desde o início da série do Monitor do Fogo, que começou em 2019.
Diante desses números publicados pela imprensa francesa, internautas do país reagem com comentários do tipo: "Pensava que a culpa era do Bolsonaro". No site do jornal Le Figaro, leitores também perguntam: "O Lula, então, é pior do que Bolsonaro?".
Aquecimento global
Na Amazônia, pela primeira vez, o fogo devastou mais florestas que pastagens. Os cientistas vinculam os incêndios com o aquecimento global que torna a vegetação mais seca e, portanto, mais propensa a pegar fogo. Mas os focos são quase sempre provocados por pessoas que querem limpar a terra para pastagem e agricultura, ou abrir novos espaços para explorar, um crime que, na maioria das vezes, fica impune.
O portal de notícias France Info afirma que esses resultados são particularmente ruins para o presidente Lula, no momento em que Belém (PA), na Amazônia, se prepara para sediar a conferência climática da ONU (COP30), em novembro. O portal ainda destaca um paradoxo: "É também o Estado do Pará (...) que mais sofreu com os incêndios em 2024, com 7,3 milhões de hectares devastados, cerca de um quarto do total nacional".
Terrorismo climático
Os jornais franceses, baseados nas informações veiculadas pela agência AFP, recordam que o líder brasileiro de esquerda fez da proteção ambiental uma das prioridades do seu mandato e atribuiu a onda de incêndios florestais do ano passado ao "terrorismo climático".
De qualquer forma, "é um desastre ecológico", ressalta o jornal gratuito 20 Minutes. Já o diário La Croix destaca que a Amazônia tem um ecossistema crucial para a regulação do clima em todo o planeta.
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