Depois do Brasil, Colômbia exige tratamento "digno" para migrantes expulsos dos Estados Unidos

A Colômbia exigiu, neste domingo (26), que os Estados Unidos tratassem os migrantes expulsos com "dignidade", logo após impedir a entrada no país de aviões militares norte-americanos que transportavam colombianos deportados. Bogotá se posicionou após o Brasil ter anunciado que pediria explicações ao governo de Donald Trump pelo que chamou de "desrespeito aos direitos fundamentais" de 88 migrantes irregulares brasileiros.

"Um migrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece. É por isso que rejeitei os aviões militares dos EUA que transportavam migrantes colombianos", escreveu o presidente colombiano de esquerda, Gustavo Petro, na rede X. "Não posso obrigar os imigrantes a permanecer em um país que não os quer, mas se esse país os mandar de volta, isso deve ser feito com dignidade e respeito por eles e por nosso país", completou Petro.

O chefe de Estado não especificou quantos voos dos Estados Unidos deveriam aterrissar na Colômbia ou quantos migrantes estavam sendo deportados. "Receberemos nossos cidadãos em aeronaves civis, sem tratá-los como criminosos", acrescentou.

Em apenas uma semana no poder, Trump ordenou várias medidas contra a migração irregular, incluindo deportações, o envio de tropas para a fronteira com o México e a prisão de 538 pessoas em situação irregular, segundo a Casa Branca. Os Estados Unidos não haviam deportado migrantes irregulares para a Colômbia desde a posse de Trump em 20 de janeiro.

Seguindo os passos do Brasil

Em sua mensagem deste domingo, Petro replicou uma notícia sobre uma denúncia feita pelo Brasil sobre maus-tratos a migrantes brasileiros durante um voo de deportação.

O governo brasileiro anunciou no sábado (25) que pedirá explicações de Washington pelo "tratamento degradante" aos 88 cidadãos brasileiros deportados na véspera, algemados durante o voo. Os migrantes afirmam que alguns deles viajaram amarrados e passaram várias horas sem ar-condicionado, sem poder beber água ou ir ao banheiro durante a viagem.

A ministra brasileira dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, estava no aeroporto de Belo Horizonte (MG) para receber o grupo, que já tinha feito escala em Manaus. Ao encontrar os compatriotas, ela declarou que "os países podem ter suas políticas imigratórias, mas nunca podemos desrespeitar os direitos humanos".

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Uma fonte do governo brasileiro explicou que a deportação deste fim de semana "não tem relação direta" com a operação iniciada após a posse de Trump, mas que faz parte de um acordo bilateral anterior que já resultou em outras expulsões em anos anteriores.

(Com agências)

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