'Quem é Ohad Yahalomi?': o último cidadão francês refém do Hamas cujo corpo foi devolvido a Israel
Os principais jornais da França abordam, nesta quinta-feira (27), o destino do último refém na Faixa de Gaza com nacionalidade francesa. O corpo de Ohad Yahalomi foi entregue pelo grupo Hamas às autoridades israelenses na noite de quarta-feira, junto com os restos mortais de outros três homens.
O kibutz de Nir Oz, no sul de Israel, anunciou na manhã desta quinta-feira a morte de Ohad Yahalomi, um membro franco-israelense da comunidade que era refém em Gaza, depois que seus restos mortais foram devolvidos, como parte do acordo de troca de corpos de reféns pela libertação de palestinos detidos por Israel.
O site do jornal Le Monde destaca que essa foi a última troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos prevista na primeira fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que expira no sábado, 1º de março. O grupo Hamas confirmou que quase 600 palestinos foram soltos de prisões israelenses nas últimas horas.
Ainda não foram negociados os termos da segunda etapa, que deverá levar ao fim da guerra e concluir a libertação dos cerca de 60 reféns que permanecem na Faixa de Gaza.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse partilhar "a imensa dor" da família do refém franco-israelense Ohad Yahalomi, e afirmou que "a barbárie do Hamas deve acabar".
Le décès de notre compatriote Ohad Yahalomi vient d'être confirmé. Je partage la douleur immense de sa famille et de ses proches.
? Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) February 27, 2025
La France a perdu cinquante de ses enfants dans l'infamie du 7 octobre. La barbarie du Hamas doit prendre fin. pic.twitter.com/shMmwNh0Zh
"A França perdeu 50 dos seus filhos na infâmia de 7 de outubro", escreveu Emmanuel Macron no X, acima de uma fotografia do franco-israelense.
"Emoção e contemplação pelo retorno dos últimos corpos dos reféns assassinados pelo Hamas, entre estes mártires, o nosso compatriota Ohad Yahalomi, a nossa dor é imensa", declarou o primeiro-ministro François Bayrou, também no X.
O 'trágico destino' de um pai de família
Os jornais Le Parisien e Le Figaro se debruçam sobre a identidade do último refém com nacionalidade francesa, cujos restos mortais foram devolvidos na noite de quarta-feira a Israel. "Quem é Ohad Yahalomi", destacam os dois diários, abordando o "trágico destino" desse pai de família que vivia no kibutz de Nir Oz.
Ohad Yahalomi, que tinha 49 anos de idade no dia em que foi sequestrado durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Ele foi o segundo, dos quatro reféns cujos restos mortais foram devolvidos durante a noite, a ser identificado.
Quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, toda a família tentou se refugiar no mamad, o quarto seguro em sua casa, de acordo com o relato de Batsheva Yahalomi, viúva de Ohad Yahalomi. Mas a porta não fechava, então o pai da família ficou na frente dela com uma pistola. Em seguida, Ohad foi ferido em uma troca de tiros com membros do Hamas e acabou sequestrado.
Sua esposa e seus três filhos tentaram escapar dos sequestradores, mas somente a mãe e as duas filhas conseguiram, deixando o menino Eitan, de 12 anos, para trás, que acabou sequestrado pelo Hamas. O filho de Yahalomi, Eitan, foi libertado em 27 de novembro de 2023 durante a primeira trégua.
Segundo Le Parisien, o homem franco-israelense - que completaria 51 anos no próximo mês de abril - teria feito tudo para proteger sua família durante o ataque do grupo Hamas em outubro. No final de janeiro de 2024, o movimento palestino Al-Nasser Salah al-Din anunciou a morte de Yahalomi em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, uma informação jamais confirmada pelo Exército de Israel.
Já a diplomacia francesa afirmava não ter notícias sobre o refém. Segundo o antigo embaixador de Israel na França, Daniel Shek, até quarta-feira (26), as autoridades não haviam obtido nenhuma prova de vida ou de morte do cidadão franco-israelense.
O diário francês Le Figaro presta homenagem a esse pai de família que, durante o ataque do grupo Hamas, se posicionou armado diante da porta de sua casa.
A família não tinha notícias de Ohad Yahalomi até que seu nome foi citado na lista de reféns a serem libertados na primeira fase do acordo de cessar-fogo. "Com a entrega de seus restos mortais, Batsheva e suas três crianças poderão finalmente enfrentar o processo de luto", conclui Le Figaro.
(RFI com AFP)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.