Coreia do Norte dispara mísseis balísticos em reação a manobra conjunta entre EUA e o Sul
A Coreia do Norte disparou "vários mísseis balísticos não identificados" nesta segunda-feira (10), de acordo com o Exército sul-coreano. Os lançamentos ocorrem um dia após o início das manobras militares conhecidas como "Freedom Shield", realizadas todos os anos pela Coreia do Sul e os Estados Unidos.
"Nossos militares detectaram por volta das 13h50, horário local, vários mísseis balísticos não identificados disparados da província de Hwanghae, em direção ao Mar Ocidental", escreveu o Exército sul-coreano, em referência ao Mar Amarelo.
"A vigilância será reforçada e eles manterão um estado de prontidão total, em estreita cooperação com os Estados Unidos", acrescentou.
As manobras entre Washington e Seul deve começar na segunda-feira e incluirá "treinamento ao vivo, virtual e no local", de acordo com um comunicado dos EUA. Elas devem terminar até o dia 21 de março, segundo o comunicado.
Algumas horas antes, a Coreia do Norte qualificou os exercícios militares de "ato de provocação", e alertou que eles poderiam desencadear uma guerra com "apenas um disparo acidental".
"Este é um ato perigoso de provocação que agrava a situação na Península Coreana e pode desencadear um conflito entre os dois lados", disse o Ministério das Relações Exteriores de Pyongyang, citado pela agência de notícias oficial KCNA.
Durante um treinamento conjunto com as forças dos EUA em 6 de março, um incidente envolveu dois caças da Força Aérea da Coreia do Sul, que lançaram, acidentalmente, oito bombas sobre um vilarejo. Quinze pessoas, incluindo civis e militares, ficaram feridas no incidente, disse a Agência Nacional de Bombeiros da Coreia do Sul.
A cooperação militar entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul é alvo frequente das críticas de Pyongyang. Para o regime norte-coreano, os exercícios servem de preparação para uma eventual invasão e o regime, com frequência, realiza testes de mísseis em represália.
EUA posicionam soldados na Coreia do Sul
As relações entre Pyongyang e Seul estão interrompidas. O Norte lançou uma série de mísseis balísticos no ano passado, violando as sanções da ONU.
As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra desde que o conflito de 1950-1953 terminou com um armistício e não com um tratado de paz.
Os Estados Unidos posicionaram dezenas de milhares de soldados no sul, para proteger Seul de Pyongyang.
Na semana passada, Pyongyang denunciou as "provocações políticas e militares" de Washington após a visita do porta-aviões nuclear USS Carl Vinson ao porto sul-coreano de Busan, no sudeste do país.
Desde o fracasso das negociações de desnuclearização da Coreia do Norte, durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021) e a chegada ao poder em 2022 do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, a Coreia do Norte aumentou seus testes de armas e cortou todas as linhas de comunicação que ainda existiam com a Coreia do Sul.
Os norte-coreanos também se aproximaram da Rússia, com quem concluiu um tratado de defesa mútua. As agências de inteligência dos EUA e da Coreia do Sul estimam que Pyongyang enviou vários milhares de soldados para lutar ao lado das forças russas na frente ucraniana.
(Com informações da AFP)
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