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Deputado descarta mudar voto em que pede investigação de Protógenes

Daniela Martins

Em Brasília

18/06/2012 20h26

O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) afirmou nesta segunda-feira (18) que vai manter o relatório em que pede, no Conselho de Ética da Câmara, a investigação de Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), mesmo após as demonstrações de contrariedade de seu próprio partido. "Não vou mudar meu voto, independentemente de qualquer coisa. É uma convicção minha, vou pedir para apurar", afirmou Teixeira.

A votação do parecer de Amauri Teixeira foi adiada para a primeira semana de julho após pedido de vista.

O deputado baiano é alvo de críticas de membros do PT por "não ter seguido as orientações" nem "se preocupado com os impactos de sua posição" na aliança com o PCdoB, parceiro histórico dos petistas, alinhado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira e nas candidaturas em vários municípios.

Teixeira disse que não recebeu apoio do partido para redigir seu parecer. Ele disse ter pedido, por 20 dias, o auxílio da assessoria do PT, mas alega que não recebeu ajuda com a justificativa de que todos estavam voltados para a CPI. Depois de apresentar seu parecer, Teixeira afirmou que o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), informou que era contrário à abertura da investigação.

"O parlamentar tem que estar preparado [para enfrentar pressões]. Vou ter embate dentro do PT", avisou.

O deputado afirmou que o PT deveria "defender a bandeira ética" e apoiar a abertura da apuração porque, segundo ele, "há indícios de irregularidades que precisam ser melhor investigados". Sobre as críticas de estar apoiando o plano do PSDB para desestabilizar Protógenes, Teixeira afirmou: "Nunca falei ou fechei nada com o PSDB. Não podemos empregar a máxima maniqueísta de que para os amigos, tudo, e para os inimigos, a lei", reagiu.

O pedido de investigação de Protógenes foi apresentado pelo PSDB e tem como base conversas telefônicas flagradas pela PF com o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias Araújo, o Dadá, apontado como integrante do grupo de Carlinhos Cachoeira. Nas conversas, segundo reportagem do jornal "O Estado de São Paulo", há supostas orientações do deputado e ex-delegado da PF a Dadá, quando ele era investigado pela própria PF.