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Vargas cobra do STF mesmo tratamento do mensalão para caso Alstom

Na presença do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), repetiu nesta segunda-feira (3) o gesto que marcou a prisão dos petistas condenados no julgamento do mensalão, durante cerimônia de reabertura dos trabalhos do Congresso - Sérgio Lima/Folhapress
Na presença do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), repetiu nesta segunda-feira (3) o gesto que marcou a prisão dos petistas condenados no julgamento do mensalão, durante cerimônia de reabertura dos trabalhos do Congresso Imagem: Sérgio Lima/Folhapress

04/02/2014 12h35

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), cobrou nesta terça-feira (4) que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê ao processo que analisa suposto cartel de empresas para superfaturar a construção do metrô de São Paulo, denunciado pela Alstom, o mesmo tratamento dado ao julgamento da ação penal (AP) 470 - conhecida como mensalão.

"Não sou advogado. Mas entendo que a suposição de culpa que foi atribuída na AP 470, que o ex-ministro José Dirceu [Casa Civil] sabia de tudo que ocorria no governo, deveria ser aplicada também neste caso. Pelo domínio do fato, deveriam ser responsabilizados os políticos que comandavam as secretarias onde se sabe que houve pagamento de propina", afirmou.

Na segunda-feira, o relator do processo do cartel no STF, ministro Marco Aurélio Cunha, afirmou que o a ação deve ser desmembrada e que só vão responder no Supremo os réus com foro privilegiado - caso dos políticos com mandato, como o secretário estadual de Energia, José Aníbal (PSDB). O procedimento é diferente do adotado no mensalão, quando todos os réus foram julgados pelo STF.

"Entendemos que o julgamento [do mensalão] foi político e o cumprimento das penas é seletivo. Só olhar o que foi feito com o [deputado federal] João Paulo Cunha [PT-SP], que é até sádico, e o que foi feito com o Roberto Jefferson [ex-presidente do PTB], que é réu confesso, mas mesmo assim é tratado de forma condescendente", disse.

João Paulo teve todos os recursos negados pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, em janeiro. O presidente do STF, porém, saiu de férias antes de assinar o mandado de prisão do deputado, que aguarda até hoje a expedição para se entregar à Polícia Federal. Jefferson, que denunciou o mensalão, já poderia cumprir prisão em regime semiaberto, mas não também não teve o mandado expedido.

Na segunda-feira, durante a cerimônia de abertura do Congresso Nacional, André Vargas levantou o braço, com o punho cerrado, em sinal de protesto, quando Barbosa se levantou para discursar. O gesto foi o mesmo feito pelos petistas condenados no mensalão ao se entregarem à PF. "Foi para mostrar que temos divergências graves", disse Vargas.