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O ebola é um desafio da saúde pública no século 21

29/09/2014 06h00

No final da semana passada a epidemia de ebola na África do Oeste atingiu uma cifra sinistra. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),  o número de mortos pela doença ultrapassou 3 mil pessoas, num total de 6.574 casos suspeitos ou confirmados. 

Um estudo feito pelos Centers for Disease Control (CDC), rede de órgão do governo americano cuja sede se encontra perto de Atlanta, indica que a cada 30 dias o número de novos casos diários de ebola triplica. Na hipótese mais pessimista haveria 1,4 milhões de pessoas contaminadas África do Oeste no próximo mês de janeiro.

Mas o próprio CDC adverte que esta cifra é “bastante improvável “diante das medidas de prevenção e controle do vírus que estão em curso atualmente.

Efetivamente, a ONU instalou neste domingo (28) em Accra, em Gana, um centro organizacional de combate à epidemia. Dotado de meios consideráveis, incluindo especialistas, de 2 milhões de equipamentos de proteção, perto de 500 veículos e 18 helicópteros, este centro deve aumentar sua capacidade nos próximos dias.

Assim, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu construir 20 centros de tratamento e mandar centenas de agentes para as zonas afetadas, enquanto o Banco Mundial destinará US$ 500 milhões à operação anti-ebola.

Imprimindo um tom ainda mais dramático à tomada de consciência mundial sobre o problema, Obama declarou que o combate ao ebola constitui uma “prioridade da segurança nacional” dos Estados Unidos.

Embora não exista ainda nenhuma vacina segura e efetiva contra o ebola, milhares de doses de vacinas experimentais serão distribuídas pela OMS aos funcionários de saúde e outras pessoas sob alto risco de contrair a doença no Libéria e em outros países da região.

Mesmo que o ebola seja controlado e vencido a médio prazo, haverá certamente consequências a serem tiradas sobre a reação lenta e inadequada da ONU e dos grandes países ocidentais frente à expansão da doença.

Prevista pelos especialista desde o seu surto na África do Oeste, em abril deste ano, quando ainda era relativamente fácil combate-la, a epidemia só agora está sendo atacada de forma organizada.

Um artigo do site de informações americano Business Insider faz um histórico das negligencias que provocaram e continuam provocando perdas humanas e econômicas elevadíssimas para os países africanos.