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Jipe-robô faz 1ª análise de atmosfera em Marte desde os anos 1970

Fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte  As manchas azuis nesta imagem colorida artificialmente são as marcas deixadas pela sistema de pouso do jipe-robô - Nasa
Fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte As manchas azuis nesta imagem colorida artificialmente são as marcas deixadas pela sistema de pouso do jipe-robô Imagem: Nasa

07/09/2012 12h07

O veículo robótico Curiosity, da Nasa (agência espacia norte-americana), está ''farejando'' a composição atmosférica de Marte. 

O jipe-robô, que está percorrendo a superfície marciana e colhendo amostras, sugou uma amostra do ar do planeta, que está sendo processada pelo seu sistema de análise, conhecido pela sigla Sam.

É a primeira vez que a composição química da atmosfera marciana é analisada na própria superfície do planeta, desde os testes realizados pelas sondas Viking, na década de 1970.

A análise ainda está em andamento, mas a expectativa é de que a substância dominante na atmosfera de Marte seja dióxido de carbono - a exemplo do que foi constatado pelas sondas Viking.

Os cientistas da Nasa têm interesse em verificar se o Curiosity irá detectar a presença de metano. O gás já foi identificado por satélites e por telescópios terrestres e sua presença no planeta vermelho é intrigante.

Metano

De um modo geral, o metano tem vida curta e sua persistência por mais tempo sugere a existência de algum tipo de ''reabastecimento'', que pode estar ocorrendo de forma biológica ou geoquímica. Espera-se que o Sam possa esclarecer a questão.

Os resultados dessa primeira análise devem ser anunciados na semana que vem, de acordo com a cientista Joy Crisp, da equipe da Curiosity, mas ela advertiu que ainda levará algum tempo até que se possam determinar mais detalhes sobre a presença do metano na atmosfera marciana.

A Curiosity, também conhecida como Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), já percorreu mais de cem metros desde a Cratera Gale, onde o veículo robótico pousou há um mês.

O veículo está se dirigindo a um ponto chamado de Glenelg, a cerca de 480 metros de onde o Curiosity está. Imagens de satélite indicam que Glenelg seria o ponto de encontro de três tipos de terrenos rochosos distintos. Geólogos acreditam que esse seria o local ideal para estudar a geologia da cratera Gale.

Engenheiros resolveram interromper a trajetória do veículo por alguns dias para poder testar o longo braço robótico do veículo, de 2 metros. O braço conta com uma câmera, uma broca e um espectrômetro. Seu propósito é o de recolher amostras de pó de rocha e de terra.

O braço, que conta com dispositivos que pesam 30 quilos, precisa ser movido de uma forma que leve em conta a gravidade de Marte, que equivale a 38% da gravidade terrestre.

A missão vem também divulgando fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte, uma sonda que vem realizando fotos aéreas documentando a trajetória do veículo robótico.