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Candidato a cometa do século 21, Panstarrs cruza o céu da Terra neste mês

O cometa Panstarrs poderá ser observado a olho nu nos primeiros dias de março no hemisfério Norte - Terry Lovejoy/Reprodução
O cometa Panstarrs poderá ser observado a olho nu nos primeiros dias de março no hemisfério Norte Imagem: Terry Lovejoy/Reprodução

03/03/2013 06h00

Um candidato ao posto de "cometa do século 21" voltará a cruzar o céu noturno da Terra nos primeiros dias de março deste ano – e seu brilho poderá se manter forte até abril.  Desde 1997, durante a passagem do Hale-Bopp, não era possível ver um astro bastante intenso perto de nós.

O cometa Panstarrs poderá ser visto a olho nu nos países do hemisfério Norte, pois vai voar próximo do nosso planeta e arremessar bastante material do seu núcleo, condição essencial para formar uma longa cauda. O astro já viajou pelo Sul da Terra em fevereiro passado, mas foi observado apenas em alguns lugares, como a Austrália e a Argentina, segundo a publicação especializada Astronomy Magazine.

O cometa poderá ser observado já a partir de 6 de março, mas será mais fácil encontra-lo após o por do Sol de 9 de março, quando ele ficará mais próximo da nossa estrela quente, a apenas 45 milhões de quilômetros. 

O título de cometa do século, no entanto, só poderá ser confirmado no final de 2013, depois da visita de Ison (C/2012 S1). Se as previsões estiverem certas, ele será cem vezes mais brilhante que o Panstarrs e poderá ser observado inclusive de dia.

Só que alguns astrônomos apontam que o Panstarrs tem chances reais de ganhar a disputa. Pois, com a proximidade do Sol, o cometa Ison corre grandes riscos de se desintegrar no espaço antes de passar por aqui.

Primeira viagem

Catalogado como C/2011 L4, o cometa foi observado pela primeira vez em junho de 2011 a partir do Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System, equipamento localizado no Havaí que garantiu seu apelido – o rearranjo das primeiras letras do telescópio forma Panstarrs.

Esta é a primeira visita do Panstarrs pelo interior do Sistema Solar. Segundo astrônomos, ele se formou há milhares de anos, quando, possivelmente, uma nuvem estelar foi arremessada para a região da Nuvem de Oort, grande reservatório de objetos gelados no extremo do Sistema Solar, depois de tentar se aproximar da nossa estrela.

Cometas são bolas de gelo sujas envolvidas por vapor d’água, amônia e dióxido de carbono. Com a ação do calor, dos ventos e da radiação do Sol, o núcleo se expande e começa a arremessar para longe o material que estava no gelo, basicamente poeira e gases, formando a cauda.