Atirador justifica massacre em Realengo em vídeo, mostra telejornal
Wellington Menezes de Oliveira, 24, autor do massacre de Realengo, gravou um vídeo no último dia 5 (terça-feira) no qual anuncia o ataque que faria na escola Tasso da Silveira dali a dois dias. O vídeo foi veiculado na edição desta terça-feira (12) do Jornal Nacional, da "Rede Globo".
Em vídeo, atirador justifica massacre em escola do Rio de Janeiro
A reportagem do jornal teve acesso a dois arquivos de vídeo, no qual o atirador aparece sem barba. Aparentemente, a filmagem foi gravada por ele mesmo. No primeiro trecho, Wellington diz: “a luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying”, diz.
“A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem”, afirma Wellington.
No segundo vídeo, o atirador explica porque aparece sem barba no momento da gravação. “Os irmãos observaram que eu raspei a barba. Foi necessário, porque eu já estava planejando ir ao local para estudar, ver uma forma de infiltração. Eu já tinha ido antes, há muitos meses. Eu fui. Eu ainda não usava barba. Eu fui para dar uma analisada", disse.
“Hoje é terça-feira. Eu fui ontem, segunda. Hoje é terça, dia 5. Essa foi uma tática (tirar a barba) para não despertar atenção, apesar de eu ser sozinho, não ter família, praticamente... eu vivo sozinho, não tenho pessoas a dar satisfação. Mas, como eu precisava ir ao local e interagir com pessoas, para não chamar atenção, eu decidi raspar a barba”, afirma Wellington.
A imagem que aparece no vídeo é semelhante a usada no perfil atribuído ao atirador no Orkut. A reportagem não informou a origem do vídeo.
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Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a ameaçar os estudantes.
Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas as virgens. Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 12 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.
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