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Desembargadores do TJ-MG mantêm júri popular no caso Eliza Samudio; primo do goleiro Bruno responderá em liberdade

Rayder Bragon

Especial para o UOL Notícias<br>Em Belo Horizonte

10/08/2011 19h10

A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) confirmou de forma unânime nesta quarta-feira (10) o júri popular para os réus do processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza. A decisão havia sido tomada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG).

 

No entanto, por três votos a zero, ficou determinado que o réu Sérgio Rosa Sales responderá ao processo em liberdade – o TJ determinou a sua soltura. Camelo, como é conhecido o primo do goleiro Bruno, está preso na penitenciária Antônio Dutra Ladeira, localizada na cidade de Ribeirão das Neves, situada na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os magistrados, de forma unânime, rejeitaram as preliminares - jargão jurídico para as contestações dos advogados de defesa para terem pedido a anulação do processo e a subsequente desqualificação de os réus irem a júri popular.

 “Ele não demonstrou capacidade de influenciar testemunhas e não tem alto poder aquisitivo para que possa também, do mesmo modo, influenciar as testemunhas”, disse o relator do processo, desembargador Doorgal Andrada.

Em relação aos pedidos feitos pela defesa, o desembargador Herbert Carneiro disse que “nada foi trazido de novo nesta data”. Segundo ele, os pleitos dos defensores dos réus foram “pautados em argumentos requentados”.

No entanto, os desembargadores mandaram excluir do processo a palavra “brutalmente’ e a frase “de forma cruel’ atribuídas à decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri, em Contagem (MG), e que havia determinado o júri popular aos réus. 

“Sérgio não apresenta perigo à sociedade e ao andamento do processo”, diss,e por sua vez, o desembargador Carneiro.

Os três desembargadores negaram provimento aos pedidos feitos pelo Ministério Público, que tentava incluir em todos os crimes os réus que respondem ao processo em liberdade.

Réus

De acordo com decisão da juíza de Contagem, além do goleiro Bruno, mais três réus aguardavam presos a data do júri popular, mas houve a decisão de soltura de Sérgio Rosa Sales. 

Bruno e Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão e braço direito do atleta, vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, será julgado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele é apontado pela Polícia Civil mineira como o executor de Eliza Samudio.

Atualmente, Bruno e Macarrão estão presos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Um primo do arqueiro, menor de idade, cumpre medida socioeducativa em Minas Gerais por prazo indeterminado – a cada seis meses a sua situação é reavaliada pela Justiça. A pena poderá se estender por até três anos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Outros quatro réus respondem em liberdade ao processo: Dayanne de Souza, ex-mulher do goleiro; Fernanda Castro, ex-amante de Bruno; Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio em Esmeraldas (MG); e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do atleta.