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Celulares entrariam em presídio por meio de arco e flecha em Presidente Venceslau (SP)

Nel Oliveira<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Presidente Prudente (SP)

18/08/2011 16h58

A Polícia Militar de Presidente Venceslau (611 km de São Paulo) frustrou um plano que previa o arremesso de telefones celulares para dentro da Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, conhecida por P-2, localizada na cidade.

Os celulares seriam arremessados na noite da quarta-feira (17) com uso de um arco e várias flechas, que estavam com os componentes eletrônicos afixados por fitas adesivas. Na P-2 cumprem pena alguns dos presos mais perigosos do Brasil, entre eles líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ação policial ocorreu por volta das 20h30, quando uma equipe da Força Tática considerou suspeita a presença de três adolescentes nas proximidades da P-2. Os menores foram abordados e contaram sobre o plano que previa o arremesso dos celulares com o uso de arco e flecha.

Eles disseram que o adulto que os levou até Presidente Venceslau teria ido a uma oficina mecânica, já que o veículo usado teria perdido o parachoque ao chocar-se em um barranco. Por meio de rádio, outras viaturas foram avisadas sobre as características do suspeito. 

Sheny de Mora Rolin foi detido quando era transportado por mototaxista com destino ao terminal rodoviário de Presidente Venceslau. A polícia acredita que ele pretendia fugir da cidade por pressentir que o plano tinha fracassado.

Ele informou o local onde havia deixado o arco e as flechas já com os componentes de dois aparelhos celulares presos com fita adesiva. As flechas apreendidas são do tipo conhecido como ‘Besta’.

O material estava escondido em uma caixa sob o viaduto no cruzamento das rodovias Raposo Tavares (SP-270) e General Euclides Figueiredo (SP-563). Segundo um dos adolescentes, os equipamentos teriam sido adquiridos no Paraguai por US$ 350.

Sheny de Mora Rolin, 24 anos, foi preso em flagrante e contou aos policiais que receberia R$ 3.000 caso o plano tivesse êxito. Também foram detidos três adolescentes, sendo dois meninos com idades de 14 e 15 anos e uma menina de 13 anos. Cada um dos menores envolvidos receberia R$ 1.000.

Os adolescentes disseram à polícia que durante 15 dias fizeram um treinamento nos arredores de Presidente Prudente com o uso de arco e flechas, se preparando para arremessar os celulares para dentro da P-2.

Rolin contou que foi contratado para planejar e executar o plano há duas semanas. Ele foi autuado em flagrante e levado para a cadeia pública de Presidente Venceslau, de onde seria transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá. Os adolescentes foram ouvidos e liberados.

“Vamos prosseguir nas investigações para saber quem contratou o serviço e para quais presos da P-2 eram destinados os aparelhos celulares”, afirmou Chioda.