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FBI chega ao Brasil para investigar importação de lixo hospitalar no Nordeste

Aliny Gama<BR>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Maceió

20/10/2011 11h08

Representantes do FBI (polícia federal norte-americana) e do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário dos Estados Unidos chegaram ao Recife na madrugada desta quinta-feira (20) para auxiliar nas investigações sobre a importação de restos e lixo hospitalares encontrados em dois contêineres no Porto de Suape (PE). Os agentes vão ficar em Pernambuco por tempo indeterminado, auxiliando as autoridades brasileiras. Alegando questões de segurança, o número de agentes não será informado.

O consulado americano no Recife informou ao UOL Notícias que o governo norte-americano também iniciou investigações paralelas nos Estados Unidos para saber quem foram os responsáveis pela exportação de material para o Brasil e se eles seguiram a legislação ambiental norte-americana.

O material recebido no Brasil foi enviado do porto de Charleston, no Estado americano da Carolina do Sul, importado por um empresa de retalhos de Santa Cruz do Capibaribe (194 km do Recife). Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), houve falha de fiscalização alfandegária nos Estados Unidos.

Segundo o consulado americano no Recife, o governo norte-americano atendeu a um pedido do governo de Pernambuco feito na última terça-feira (18) e enviou agentes para auxiliar nas investigações. “Brasil e Estados Unidos possuem acordo de assistência mútua em investigações de assuntos que envolvem os dois países”, disse o consulado.

Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou que as autoridades pernambucanas fizeram o pedido de ajuda norte-americana ao cônsul dos Estados Unidos em Pernambuco, Usha Pitts, e ao adido do FBI no Brasil. O órgão pediu integração nas investigações em Pernambuco e nos EUA.

No Brasil, a importação do lixo hospitalar já está sendo investigada pela Polícia Federal, Polícia Civil de Pernambuco, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária) e Receita Federal.

“Montamos uma força tarefa que está trabalhando diuturnamente para solucionar o caso. O inquérito policial está bem avançado, várias pessoas já foram ouvidas, e as perícias estão sendo realizadas pelo Instituto de Criminalística”, informou o secretário da Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio.