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Governo vai regularizar a situação de 4.000 haitianos no país

Haitianos perambulam pelas ruas de Brasileia enquanto aguardam documentos para poderem morar e trabalhar no Brasil  - Divulgação/ Gleilson Miranda /Secom-AC
Haitianos perambulam pelas ruas de Brasileia enquanto aguardam documentos para poderem morar e trabalhar no Brasil Imagem: Divulgação/ Gleilson Miranda /Secom-AC

Luana Lourenço

Da Agência Brasil, em Brasília

10/01/2012 17h39

O governo brasileiro vai regularizar a situação de cerca de 4.000 haitianos que entraram no Brasil fugindo da situação econômica do país, arrasado por um terremoto em 2010. Cerca de 1.600 já receberam vistos de trabalho e os demais serão regularizados nos próximos dias.

O anúncio foi feito hoje (10) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, depois de reunião com a presidente Dilma Rousseff, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman no Palácio do Planalto.

A regularização vai valer para os haitianos que já estão no Brasil. Na quinta-feira (12), o governo vai propor ao Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho, uma resolução para aumentar o controle sobre a entrada de haitianos no país. A regra vai restringir a emissão de vistos condicionados a haitianos ao máximo de cem por mês, e que só poderão ser requeridos diretamente na Embaixada do Brasil no Haiti, na capital, Porto Príncipe.

Os vistos permitirão a permanência no Brasil por cinco anos para quem vier ao país para atividade de trabalho regular, segundo Cardozo. “Aqueles que entrarem depois, estarão em situação irregular e como qualquer outro estrangeiro nessa situação, serão notificados e extraditados”, disse o ministro. Se aprovada, a resolução começa a valer ainda esta semana.

O governo também decidiu que os haitianos não poderão entrar no país na condição de refugiados políticos, por decisão do Conselho Nacional para os Refugiados (Conare), que havia negado os pedidos de entrada no país nessa condição. “O Conare entendeu que não é caso de refúgio político e sim de vulnerabilidade econômica”.

O controle das fronteiras também será reforçado, em parceria com os governos do Peru, Equador e da Bolívia. Segundo Cardozo, a ideia é atacar rotas de imigração ilegal de haitianos e coibir a ação dos chamados coiotes, aliciadores de pessoas.

No Brasil, os haitianos estão concentrados nas cidades de Brasiléia, no Acre, e de Tabatinga, no Amazonas. Os governos estaduais têm reclamado do caos social que a imigração tem provocado nas cidades. Cardozo disse que o governo federal vai dar apoio aos governos estaduais para dar assistência aos estrangeiros.

“O governo federal não ficará indiferente e dará atendimento social aos haitianos. Temos que reconhecer a situação econômica dessas pessoas. Vamos dar apoio aos governos dos estados do Acre e Amazonas, para que possamos, por meio dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e do Trabalho dar situação de atendimento a essas pessoas”.

Hoje, o governo do Peru decidiu começar a exigir visto de haitianos que queiram entrar no país, para conter a imigração.