Cão enterrado vivo em São Paulo vai participar de ato contra maus-tratos
O cãozinho Titã, que suspotamente foi enterrado vivo em Novo Horizonte, região de São José do Rio Preto (a 399 km de São Paulo), será a estrela do evento Crueldade Nunca Mais, que acontece no próximo dia 22 e está mobilizando municípios de todo Brasil contra maus- tratos a animais.
Titã será levado ao evento na cidade e mostrado como exemplo. Ele foi encontrado quase morto, enterrado numa cova rasa no fundo de um quintal.
Com sarna, infecção nos olhos, anêmico e debilitado, ele foi atendido pela veterinária Viviane Cristina da Silva, que cuidou dele e o adotou.
As circunstâncias sobre como o cachorro foi enterrado ainda não foram esclarecidas. Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, o delegado Luiz Fernando Calmon Ribeiro, que investiga o caso, disse que a versão de que o animal foi enterrado por seu dono não tinha sido comprovada.
Ainda de acordo com o jornal, o então dono do cachorro, o aposentado Orlando Santos, 59, negou ter enterrado o cachorro. Ele disse que o cão costumava fazer buracos para aliviar a coceira causada pela sarna. Para especialistas, porém, é improvável que a cão tenha se enterrado.
Hoje o cãozinho é brincalhão e está totalmente recuperado. O único cuidado é um remédio para combater a sarna, que tem de ser ministrado por mais 30 dias para que a doença não volte.
“A recuperação da pele foi mais rápida do que eu esperava. Ele está totalmente recuperado”, disse Viviane ao UOL.
A veterinária conta que nunca tinha visto um caso de maus-tratos assim antes. Ela atua desde 2007 e cuida de pequenos animais.
Viviane tem três cadelas e um gato e agora Titã é o xodó da família. O cãozinho a segue pela casa e brinca com tudo que pode. “Ele é brincalhão e bem ativo”.
A mobilização para protestar contra maus-tratos a animais mobiliza a cidade e além de Titã, vai contar com a participação de um cão que foi baleado e sobreviveu.
O animal seria sacrificado pelo dono, que matou outros dois cães, por suspeitar que eles estavam matando carneiros de sua propriedade num sítio no município de Itajobi, município próximo a Novo Horizonte. O animal sobreviveu mesmo depois de levar um tiro no maxilar.
O responsável por enterrar Titã podem responder por maus-tratos a animais e ainda pode ser condenado a dois anos de prisão.
As ONGs protetoras dos animais pretendem exigir da Justiça uma penalidade para que o caso sirva de exemplo para o resto do Brasil.
“É um crime que não pode ficar impune, estamos esperando apenas o fim do recesso no Judiciário para entrar com ação”, afirma o presidente da Associação Protetora dos Animais “Mão Amiga”, Marco Antonio Rodrigues, que salvou o cãozinho da morte.
Ele quem desenterrou o animal e levou para a veterinária. “Ele está lindo. Agora queremos mobilizar a sociedade para que esses maus-tratos acabem”, afirma.
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