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Operário diz que reforma não alterou estrutura de edifício que desabou no Rio

Alexandro da Silva Fonseca, que escapou com vida do desabamento ao ficar dentro do elevador - Fernanda Dias/Agência O Globo
Alexandro da Silva Fonseca, que escapou com vida do desabamento ao ficar dentro do elevador Imagem: Fernanda Dias/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

27/01/2012 11h20Atualizada em 27/01/2012 13h40

O operário Alexandro da Silva Fonseca, 31, que sobreviveu ao desmoronamento do edifício Liberdade no centro do Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira (25), disse que a obra no 9º andar não alterou a estrutura do prédio (vigas, lajes e pilares). As reformas que aconteciam no edifício, no 9º e 3º andares, são apontadas como possível causa do desabamento, mas o caso ainda será investigado.

Segundo Alexandro, a reforma que ocorre há duas semanas e meia serviu apenas para remover algumas paredes de alvenaria com a finalidade de trocar dois banheiros de lugar. O operário não soube, no entanto, dizer se havia um engenheiro responsável pela reforma no prédio de 20 andares.

“Acho que a obra não provocou o desmoronamento do prédio, porque nós não mexemos em nenhuma contenção [estrutura]”, afirmou. Ele vai depor nesta sexta-feira (27) na 5ª Delegacia de Polícia, na avenida Gomes Freire, no centro do Rio.

O operário foi resgatado pelos bombeiros dentro do elevador do prédio onde trabalhava, o maior dos três que desabaram na avenida 13 de Maio.

Ao receber alta na manhã de ontem do Hospital Municipal Souza Aguiar, Alexandro contou que ouviu um estalo e logo depois o prédio começou a ruir. Imediatamente, correu para o elevador, a fim de se proteger. "Quando eu sai do elevador, eu vi o prédio esfacelando, aí eu voltei pro elevador e ele despencou, mas parou entre o quarto e o terceiro." De dentro do elevador, ele ligou para um amigo, que estava fora do prédio. “De dez em dez minutos eu falava com ele”, lembra. “Até que ele me colocou para falar com um dos bombeiros”, diz. O ajudante de obras levou duas horas até ser resgatado.

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Nesta sexta-feira (27), Alexandro foi abordado por curiosos, que pediram para tirar fotos com ele. "Não é bom ser famoso às custas de uma tragédia", comentou mais tarde.

Com Alexandro, trabalhavam na obra mais cinco pessoas. Uma delas, Cristiane do Carmo, sofreu corte profundo na cabeça, foi submetida a uma cirurgia durante a madrugada de quinta, no Souza Aguiar, e foi levada para uma clínica particular, que não informa seu estado de saúde a pedido de parentes. Os outros quatro feridos no acidente já receberam alta.

Até o momento, sete corpos foram retirados dos escombros e as equipes de resgate continuam trabalhando no local. Os familiares de pessoas desaparecidas continuam isolados na Câmara Municipal e contam com assistência do governo.

Depois do susto, o operário disse que agora os parentes terão mais importância. “Via minha família apenas um dia na semana, agora ela será minha prioridade”, finaliza.

(Com Agência Brasil)