Justiça decreta prisão preventiva de empresário acusado de assassinar procuradora em MG
A Justiça de Minas Gerais deferiu pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva do empresário Djalma Brugnara Veloso, 49, acusado de ter assassinado a facadas na madrugada desta quinta-feira (2) a procuradora da Advocacia-Geral da União Ana Alice Moreira Melo, 35, sua ex-mulher, em casa de condomínio de luxo em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), o despacho foi feito pelo juiz Juarez Morais de Azevedo, da Vara Criminal, Infância e Juventude de Nova Lima. O suspeito está foragido e é procurado pela Polícia Civil mineira.
O corpo da mulher foi liberado na tarde de hoje do IML (Instituto Médico Legal) de Belo Horizonte. Segundo uma pessoa ligada à família dela, parentes pediram para não divulgar local nem horário do velório.
Acusado está foragido
Djalma Veloso teria matado a ex a facadas
De acordo com a Polícia Militar mineira, o empresário não morava mais no local, onde residiam Ana Alice e os dois filhos do casal, mas entrou na residência durante a noite. Segundo uma empregada da casa, ele começou a discutir com Ana Alice, com quem não vivia mais havia duas semanas.
Em seguida, conforme policiais que atenderam à ocorrência, o suspeito teria assassinado a mulher. Ainda conforme a polícia, o empresário fugiu em um carro conversível.
Proteção tardia e histórico de ameaça
O TJ informou que o magistrado Juarez Azevedo havia deferido medida protetiva que determinava a saída do acusado da casa onde a procuradora foi morta. Porém, o despacho saiu depois das 18h de ontem (1º), horas antes de ela ser assassinada.
O advogado da procuradora disse que fez o pedido de afastamento do lar para o ex-marido porque considerou insuficientes medidas protetivas que já haviam sido deferidas no dia 25 de janeiro à sua cliente: o suspeito deveria manter-se afastado por 30 metros dela, não poderia manter contato por nenhum meio de comunicação com ela nem com os filhos e não poderia frequentar determinados locais onde eles estivessem.
A Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia-Geral da União, emitiu nota em que lamentou o assassinato da procuradora e afirma que serão tomadas todas as medidas necessárias “de sua alçada” para que o “assassino seja condenado pelo crime”.
A delegada da Polícia Civil mineira Renata Ribeiro Fagundes, responsável pelo caso, afirmou que Ana Alice havia ido à 4ª Delegacia de Nova Lima, em 24 de janeiro, para registrar um boletim de ocorrência de ameaça de morte contra o suspeito.
“Foi confeccionado um Eamp (Expediente Apartado de Medida Protetiva), que a lei Maria da Penha oferta. Esse expediente foi encaminhado no mesmo dia à Justiça”, disse. Segundo a delegada, a mulher buscava resguardar seus direitos porque pretendia deixar a casa, mas não queria abrir mão da guarda dos filhos.
“Ela requisitou algumas medidas protetivas, entre as quais o afastamento dela do lar sem prejuízo de seus direitos, para que isso não configurasse abandono do lar, até serem deferidas as medidas protetivas e o afastamento do agressor do lar”, informou.
Segundo a policial, a mulher foi orientada a fazer uma representação criminal contra o suspeito e a deixar a casa, mas não soube informar a razão de a mulher ter permanecido na residência.
“Eles residiam juntos e estavam em processo de separação”, disse a responsável pelo inquérito. Renata Fagundes informou que vai ouvir testemunhas e que uma perícia será feita no local do crime, mas adiantou que a mulher foi morta no quarto do casal, em cima de uma cama. “Ele havia sido intimado ontem a comparecer à delegacia, já que foi instaurado um inquérito para averiguar as ameaças.”
A policial não soube precisar há quanto tempo que o casal estava junto, mas disse ter ouvido da vítima que o marido tinha se tornado uma pessoa agressiva nos últimos doze meses. “Estamos em perseguição a ele, porque a situação de flagrante ainda persiste, e foi requerida à Justiça um pedido de prisão preventiva porque ele se encontra foragido”, disse, para complementar que ainda não há pistas sobre o paradeiro dele.
“Tudo é possível, ele pode ter saído da cidade, do Estado, do país. Mas já foram acionados órgãos tanto estaduais quanto federais para essa busca”, informou. A delegada disse que a empregada que acionou a polícia, e os filhos do casal, foram encaminhados a um local não revelado, por medida de segurança. Eles estavam na residência, no momento em que ocorreu o crime.
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