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Líder dos bombeiros grevistas no Rio recebe habeas corpus e deixa a prisão

Julio Reis

Do UOL, no Rio

24/02/2012 15h09Atualizada em 24/02/2012 16h50

O cabo Benevenuto Daciolo, um dos principais líderes dos bombeiros grevistas no Rio, foi liberado na tarde desta sexta-feira (24). O juiz da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Rio, Marcius da Costa Ferreira, assinou seu alvará de soltura. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Auditoria Militar.

Segundo o TJ, o cabo teve seu habeas corpus concedido pelo desembargador plantonista Aldolpho Andrade no sábado (18), mas a decisão não pôde ser cumprida antes porque havia um mandado de prisão da Auditoria Militar que não havia sido recolhido. A Auditoria Militar teria então solicitado o recolhimento do mandado para que o alvará de soltura fosse expedido.

A princípio se alegou um erro de digitação no pedido de habeas corpus, mas o principal entrave era o mandado de prisão que não tinha sido recolhido.

Daciolo é o último líder grevista a ser solto. Os demais haviam sido liberados entre o sábado (18) e o domingo (19). Ele está preso desde a noite do dia 8 quando voltava de Salvador –onde havia participado de negociações em torno da paralisação dos policiais militares baianos. 

 

A princípio sua prisão foi solicitada administrativamente pelo comando da Defesa Civil do Rio por crime militar de incitação a motim, já que ele planejava uma greve no Estado, mas logo em seguida foi requerida e aceita também sua prisão preventiva.
 
Gravações telefônicas divulgadas pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, apontaram que Daciolo articulava formas de pressionar autoridades a aprovar a PEC 300 –proposta de emenda a constituição que estabelece um piso nacional para os servidores da segurança pública– e sugere que o clima de inviabilização que crescia em torno do Carnaval da Bahia poderia se estender ao Rio, como forma de fortalecer a reivindicação.

Daciolo já havia sido preso no ano passado, com mais 400 bombeiros, por terem ocupado o quartel-central da corporação, durante uma manifestação.

Alguns militares chegaram a ser levados para o presídio de segurança de Bangu 1, mas, na quarta-feira (15), o TJ concedeu a transferência deles para as unidades prisionais militares. Na passagem por Bangu 1, Daciolo teria iniciado uma greve de fome.

O movimento grevista do Rio reivindicava melhores salários e a aprovação da PEC 300. Depois de uma assembleia que reuniu mais de 2.000 militares na Cinelândia, no centro do Rio, no dia 9 deste mês, a greve foi iniciada por bombeiros, policiais militares e policiais civis.

Com a prisão dos líderes grevistas e a baixa adesão ao movimento, que se iniciou às vésperas do Carnaval, uma nova assembleia, na segunda-feira (13), decidiu pela suspensão da paralisação e a principal reivindicação passou a ser a liberdades dos militares presos.