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Em debate, PM admite falhas em casos de supostos abusos policiais

Ana Paula Rocha

Do UOL, em São Paulo

07/05/2012 19h27

Em uma discussão sobre abordagem policial no UOL nesta segunda-feira (7), o capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cleodato Moisés do Nascimento, admitiu falhas de profissionais da corporação em alguns casos resgatados na discussão. Entre eles está o do adolescente morto no bairro de Itaquera, na zona norte de São Paulo, após um policial fazer um disparo supostamente de forma acidental no final de abril. “Houve um disparo, pelo que ele passou, sem a intenção dele, ao descer da viatura. Ele está preso porque tirou uma vida, e vai provar na Justiça se foi erro ou se foi intencional”, afirmou.

O capitão ainda defendeu que a corporação condena atitudes extremas, como a registrada contra um homem na desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos, em janeiro deste ano. Um vídeo mostra o homem, que aparentemente não afrontou os policiais, sendo atingido por cassetetes. “A polícia repudia este tipo de ação”, lamenta. Entretanto, ele defende que, de uma forma geral, a operação da Polícia Militar “foi perfeita”.

O caso do ator Pedro Urizzi, que alega ter sido vítima de abuso policial durante a marcha contra a corrupção, na avenida Paulista, em São Paulo, em 21 de abril, também foi resgatado. O ator diz que na ocasião alertou os policiais de que havia crianças na manifestação, e que por isso eles não deveriam usar bombas de efeito moral. Urizzi disse que está sendo denunciado por desacato à autoridade. Para o presidente da comissão de segurança pública da OAB/SP, Arles Gonçalves Junior, que também participou do debate, desacato à autoridade é ter uma postura agressiva contra a autoridade, e não necessariamente xingar uma autoridade. Isso, explica ele, configura injúria.

Para o capitão da PM, é importante ressaltar que a abordagem é uma atividade de rotina dos policiais, e que é através dela que muitos criminosos são pegos e crimes são evitados. Ele explicou que o procedimento padrão de uma abordagem policial prevê respeito. “Ele vai abordar alguém que ele desconhece até então. Ele sempre tem que ter superioridade numérica e distância. A verbalização é uma das armas que o policial tem antes do emprego da arma. É ali que ele vai identificar um cidadão ou um criminoso”, explica. 

Reclamações sobre o comportamento de profissionais das polícias Civil e Militar do Estado de São Paulo têm uma única ouvidoria, que atende das seguintes formas: pelo telefone 0800-177-070, presencialmente, na rua Japuré, nº42, na capital paulista ou pelo site www.ouvidoria-policia.sp.gov.br/ . Em alguns Estados, estas reclamações são feitas diretamente à ouvidoria do governo estadual.