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Possível proibição do sopão nas ruas de SP é para coibir distribuição "insalubre" de alimentos, diz secretaria

Do UOL, em São Paulo

28/06/2012 16h11Atualizada em 28/06/2012 20h50

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana afirmou nesta quinta-feira (28) que a proposta de proibir a distribuição do sopão a moradores de rua em São Paulo tem o objetivo de "coibir a distribuição insalubre dos alimentos". Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o sopão deve passar a ser distribuído exclusivamente em uma das nove tendas da Prefeitura, conhecidas como espaços de convivência social, que atendem pessoas sem teto na capital.

A possível proibição estudada pela prefeitura gerou protestos nas redes sociais. Internautas planejam realizar um 'sopaço' em frente à casa do prefeito Gilberto Kassab (PSD) no início do mês que vem.

Segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", em um prazo de 30 dias deverá ser proibida a distribuição de sopas realizada por 48 instituições nas ruas do centro.

A nova medida, segundo a Secretaria de Segurança Urbana, foi anunciada em uma reunião para a qual as 48 entidades que prestam esse tipo de assistência foram convidadas. Apenas seis teriam comparecido. A secretaria não divulgou quais instituições compareceram.

Na tarde desta quinta-feira (28), depois da repercussão negativa da iniciativa, a prefeitura divulgou uma nota na qual afirma que a distribuição de alimentos não será proibida, apenas restrita.

"A Prefeitura de São Paulo informa que não cogita proibir a distribuição de alimentos por ONGs na região central da cidade. O que existe é a proposta de que as entidades ocupem espaços públicos destinados para o atendimento às pessoas em situação de rua, como as tendas instaladas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. A Prefeitura entende que a união das ações das ONGs com as dos agentes sociais têm potencial para tornar ainda mais eficazes as políticas de reinserção social", diz o texto.

Após a divulgação da nota, a assessoria da prefeitura voltou a reforçar que não se trata de uma proibição, mas sim de um "convite" às entidades para que passem a atuar nas tendas.

Reclamações

Nas redes sociais, são muitas as reclamações. No Facebook, a página criada para o 'sopaço' na casa do prefeito chama o movimento de 'Sopão da Gente Diferenciada', uma alusão ao polêmico comentário de uma moradora de Higienópolis que era contra a construção de uma estação de metrô no bairro, para não atrair 'gente diferenciada'.

Sobre a proibição do sopão, um internauta identificado como Ricardo Japinha no Twitter diz: "um absurdo a prefeitura proibir a distribuição do sopão aos moradores de rua, alegando sujar a cidade"

Outra internauta também reclamou: "Tenho vergonha de morar numa cidade em que o prefeito proíbe sopão para os moradores de rua".

Outro post afirmava que o prefeito "trata moradores de rua como "sujeira", algo a ser limpo, e não como cidadãos de São Paulo. Quer "higienizar" a cidade dos pobres."